Passamos pela era do ter, depois do fazer, estamos saindo da era do ser e agora giramos a maçaneta de uma nova era: a do sentir. Tudo o que temos ou fazemos ou achamos que somos dependerá do que sentimos em relação a cada uma dessas nuances de nossa vida. Empresários e executivos que subestimaram o valor do sentimento proclamando o jargão: “empresa não tem coração” colocaram suas empresas e respectivas equipes em rota de falência.
A valorização da razão em detrimento das emoções começou com o fascínio provocado pelas máquinas desde os primeiros momentos da revolução industrial e tornou-se mais evidente a partir dos anos 80 com a chegada do microcomputador. Esse impactante fator alterou de forma profunda o processo de desenvolvimento humano naquilo que os estudiosos chamam de automodelagem. E ao desenvolverem um jeito mecânico de ser as pessoas perderam drasticamente, entre outras coisas, a qualidade de seus relacionamentos colocando em “xeque” suas próprias bases de sustentação.
Com as bases fragilizadas, as pessoas se viram pequenas demais diante da surpreendente eficácia dessas engenhocas modernas e isso aflorou o medo de perder espaço para as máquinas na relação de emprego gerando graves conflitos intrapessoais, inclusive de indentidade, fechando o ciclo vicioso e nocivo onde as pessoas buscam, cada vez mais e de forma desapercebida, sua imagem e semelhança à essas engenhocas objeto de sua identificação.
Dessa forma, a pessoa que vinha reprimindo sua humanidade e aglutinando, em sua personalidade, traços que pertencem às máquinas precisam rever urgentemente seus conceitos, pois a sobreposição da racionalidade à emoção, que antes era tido como recurso de sobrevivência profissional, agora passa a ser uma armadilha, não apenas para o indivíduo como também para o grupo ao qual está vinculado ou pertence, e os empresários já perceberam os males desse processo e estão investindo pesado na inversão dessa estratégia. Depois da reengenharia a palavra de ordem agora passa a ser humanização. Compreender o outro é melhor do que tentar programá-lo. Animá-lo é preferível do que apenas motivá-lo.
Os empresários perceberam que seus clientes, assim como eles, não se sentem muito à vontade para lidar exclusivamente com máquinas. Perceberam que gente gosta e precisa de lidar com gente, ainda que utilize algum recurso tecnológico. Descobriram que tão importante quanto a iniciativa, a motivação para aprender, a capacidade técnica e específica também são as peculiaridades humanas como as habilidades sociais e a capacidade de comunicação. Não é à-toa que, nos últimos anos, as mulheres vêm ganhando mais espaço no mercado de trabalho do que os homens. As mulheres são, em sua essência, mais humanas e mais sensíveis. Suas habilidades tácitas na arte de gerar e criar filhos tem sido altamente requisitadas e aquelas que conseguem adaptar essa vocação ao trabalho têm tido muito sucesso.
As empresas caíram na real e agora procuram pessoas que tenham domínio sobre tecnologia mas que sobretudo invistam em sua humanização através do autoconhecimento e conhecimento do próximo e assim aprendam a fantástica arte de lidar com gente, amando seus clientes como a si mesmo para garantir o difícil pão nosso de cada dia.
Chafic Jbeili tem formação em psicanálise clínica e pós-graduação em Ciências da Religião e Psicopedagogia clínica e institucional. É terapeuta iridologista. Com 10 anos de experiência, desenvolve palestras sobre educação, processos ensino-aprendizagem, família e saúde do professor. Contato:
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