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domingo, 25 de outubro de 2009

Pilar 1 da QVT: A Remuneração.

Série: Os 8 Pilares da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

O primeiro pilar da QVT:
A Remuneração Justa e Adequada.

Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

O trabalho é a fonte mais lícita para realização de qualquer necessidade ou desejo humanos.

Nada do que se possa desejar conquistar com honra e dignidade está fora do trabalho a não ser a herança familiar, entre outras raras exceções da mesma distinção. Por isto, todo trabalho honesto deve ser considerado uma bênção, mesmo que eventualmente não seja o ideal em termos de ganhos financeiros ou emocionais.

De forma restrita à dimensão financeira, é por meio da remuneração obtida com o trabalho realizado que o trabalhador busca saciar desde necessidades primordiais como alimentação, educação, saúde, higiene, lazer, vestuário, moradia e segurança até a realização de desejos de consumo mais sofisticados como aquisição de bens móveis e imóveis de luxo, além de serviços não-essenciais relacionados a hobbies, a estética, a caprichos especiais e à autorealização.

Desta forma, cada pessoa tem a sua escala particular do que seja uma remuneração justa e adequada sobre um mesmo tipo de trabalho. Infelizmente, por questões de sobrevivência e eventuais necessidades muitas pessoas se submetem a subempregos e trabalhos que estão bem aquém de seus anseios, vocações e inclusive de sua capacidade profissional, porquanto sua retidão de caráter não admite outra forma de manutenção de sua vida e de sua família, a não ser pelo trabalho honesto, ainda que este trabalho não corresponda às suas competências e disposição de ideais, naquele momento.
  
Ideal ou não, mas de modo geral virtuoso, o trabalho é sempre algo inerente à sobrevivência dos homens e mulheres de bem. Neste aspecto, a percepção que cada pessoa elabora entre aquilo que faz e o valor de sua remuneração determina parte significativa de seu sentimento de mais valia, decência laboral e decoro existencial.

Quando alguém acredita que não ganha o suficiente pelo que faz pode se sentir injustiçada, explorada, desrespeitada e sua produtividade cai proporcionalmente. De igual modo, mesmo que um trabalhador possa considerar sua remuneração justa, por outro lado ela também pode paralelamente sustentar certo sentimento de que a remuneração que recebe é inadequada às suas expectativas de vida, amenizando a esperança de realização e conquista das coisas que sonha adquirir ao longo de sua existência.

Quando a remuneração de um trabalhador não é suficiente para proporcionar, mesmo que em longo prazo, tudo o que ele sonha conquistar em sua vida, a desilusão é inevitável.

Para Richard E. Walton, professor de Administração em Harvard, a perda da QVT é uma conseqüência não apenas da remuneração justa e adequada em algumas relações de trabalho, mas de outras sete dimensões de caráter ambiental e humana que foram naturalmente negligenciadas durante a consolidação da dinâmica industrial de produção e consumo, privilegiando os aspectos da produtividade em massa, das novas tecnologias e da expansão econômica em detrimento do bem estar do trabalhador.

Nada pior para os resultados de qualquer organização do que um profissional com o sentimento de que está sendo abusado e explorado pela empresa. Tanto o sentimento de injustiça quanto o de inadequação da remuneração são extremamente nocivos para o desempenho do trabalhador, comprometendo sua qualidade de vida no ambiente de trabalho e interferindo em sua produtividade.

Apenas para ilustrar o raciocínio, eu recebo alguns e-mails cujas histórias chocantes de professores que milagrosamente sobrevivem com salários entre R$150,00 e R$500,00 por mês me fazem perder o apetite, tamanha a indignação que experimento. Uma quantidade considerável de professores tem outros diversos tipos de trabalhos além da escola. Muitos contam precisar dar aulas particulares, fazer artesanatos, trabalhar em feiras nos finais de semana, entre outros inúmeros tipos de “bicos” para complementar a renda e não deixar faltar o pão de cada dia.

A proposta de federalização da Educação no Brasil, defendida pelo Senador Cristovam Buarque, pelo menos para determinar um piso salarial do professor no Brasil é algo que a classe docente mais privilegiada deveria abraçar em favor dos colegas menos favorecidos, que são a maioria em nosso país. Não basta o Governo gastar milhões com publicidade para dizer que a Educação é primordial e que o professor é importante, isto já sabemos! O que deveria ser realmente primordial e importante para o Estado é a valorização dos educadores para que tenham melhores condições de vida, a partir da remuneração justa e adequada à sua sobrevivência e realização pessoal.  

Acredito que o impacto da atividade diária, constante e sistemática na vida das pessoas é de tal grandeza subjetiva que se confunde ao seu próprio caráter, moldando os usos e costumes de cada pessoa conforme o trabalho que realiza. Assim, cada pessoa se torna aquilo que faz . Cada qual continua a fazer ou deixa de fazer conforme o reconhecimento que recebe pelo que faz. Neste sentido, a remuneração pode não ser o único, mas certamente é um dos principais fatores de percepção deste reconhecimento que tanto se espera pelo que se faz.

Na sequência deste raciocínio encontra-se amparado o primeiro pilar da QVT desta série, pois é do reconhecimento de seu trabalho que a pessoa pode medir a pertinência de seus esforços; e a partir daí poderá tolerar melhor suas angústias, suas privações e até suas decepções no processo de consecução de suas tarefas. Ao fazer as contas entre aquilo que faz e quanto recebe por compensação, a pessoa dará sentido objetivo ao seu trabalho e, por extensão, à sua vida de modo geral, pois é o valor do salário que determinará se um trabalhador irá viver de verdade ou apenas sobreviver.

De modo geral, pode-se medir a lisura de uma pessoa simplesmente pelo valor institucional que ela atribui ao emprego, enquanto fonte de renda e realização pessoal, em especial quando não o tem. As pessoas que se abatem com a falta de um emprego são muito mais nobres em suas essências do que aqueles que se mostram indiferentes e acomodados diante do ócio contínuo.

Quem vive do ócio acomoda-se na vã expectativa de um emprego mais digno de seu currículo, porém o trabalhador de verdade é dignificado pelo trabalho que realiza, enquanto suas expectativas não são contempladas plenamente. Nenhum trabalho é vergonhoso ou nocivo, desde que loriginalmente lícito, realizado por livre escolha, proporcione mais prazer do que angústias e também seja produtivo e proporcionalmente rentável. 

Enfim, por trás de um enunciado de boas intenções na valorização do trabalhador, corporações de todos os tipos, tamanhos e setores abusam e exploram sua força de trabalho da forma que melhor lhes convém. Esta inobservância ao primeiro pilar da QVT acaba se revertendo contra a sobrevivência da própria instituição. O trabalho com remuneração justa e adequada transforma a pessoa em alguém melhor do que era antes de seu oportuno e merecido reconhecimento. Nada melhor para uma instituição do que um trabalhador grato, com sentimento de remuneração justa e adequada pelo trabalho que realiza!

Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
Diretor e editor Chafic.com.br - www.chafic.com.br
Diretor-executivo ABMP/DF - www.abmpdf.com
Presidente Sopensar - sopensardf.blogspot.com

Chafic.com.br
Suporte e formação continuada para educadores
(61)3377-9175 | (61)8490-3648
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sábado, 24 de outubro de 2009

Esgotados

Esgotados

Por Andrea Dip
andrea.dip@folhauniversal.com.br

Um dia você acorda cansado e sem vontade de ir trabalhar. Parece uma tortura estar naquele ambiente, conversar com as pessoas, desempenhar suas funções. No dia seguinte, você arruma qualquer desculpa para faltar. No terceiro, sente dores pelo corpo e algo o angustia, mas você não sabe bem o que é. Se essa situação parece familiar, cuidado: você pode estar com a síndrome de burnout, ou estafa crônica.

Descoberta na década de 70 por um psiquiatra inglês, a burnout, referência a “consumir-se de dentro para fora”, se caracteriza pelo estresse crônico vivenciado principalmente por profissionais que lidam com dificuldades alheias, como médicos e professores, jovens em início de carreira e operários.

Mas ninguém está imune. Segundo o psicanalista Chafic Jbeili, especialista no assunto, a síndrome se inicia com o desânimo e a desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas frequentes, afastamentos e até à aposentadoria por invalidez.

“Descobri que tinha a síndrome a partir de uma crise de asfixia. Fiquei internada por 3 dias. O diagnóstico foi crise nervosa”, conta a professora afastada Mara Rubia, de 40 anos.

Ela lembra que o pesadelo começou com o comportamento inadequado dos diretores da escola onde trabalhava: “Eles queriam disputar poder e humilhavam os funcionários.

Tenho pesadelos diariamente. Não passo em frente aos colégios com medo de encontrar os diretores e, pior, perdi o total interesse pelo magistério.”

Jbeili diz que os professores estão entre as maiores vítimas da burnout, porque saem da faculdade querendo “mudar o mundo” através da educação, e quando se deparam com a realidade se frustram muito.

“As condições de trabalho são precárias. Segundo pesquisas recentes, mais de 43% dos professores da rede pública apresentam sinais da síndrome de burnout”, aponta.Sonia Maria Tavares também viveu o desgaste na pele. Como psicopedagoga, aceitou um trabalho que envolvia crianças e adolescentes em situação de risco atraída pelo alto salário, mas acabou pagando com a saúde.

Ela conta que quando completou 6 meses no emprego tinha se tornado amarga, tratava os colegas com frieza e chegou a pagar pessoas para desempenhar suas funções: “Eu comecei a faltar, não dormia direito, vivia angustiada” Sonia procurou ajuda psicológica e reuniu forças para mudar de emprego.

Mônica Amaral de Oliveira, consultora de recrutamento e seleção, diz que as empresas precisam entender que garantir a qualidade de vida do trabalhador é garantir o rendimento. “Há empresas hoje com salas de massagem ou academia para os colaboradores se desligarem por um tempo.

O investimento garante a saúde dos funcionários e, consequentemente, mais rendimento”, diz. Ela explica que, para não estressar, é importante ver o trabalho como apenas uma das tarefas na vida. E dá uma dica preciosa: “É preciso ser comprometido, mas também pensar em si”.
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Entrevista concedida pelo Prof. Chafic ao Jornal Folha Universal em outubro de 2009. Edição Nº 915. De 21 a 27 de outubro de 2009. EDIÇÃO NACIONAL. Tiragem: 2.562.250 E X E M P L A R E S

Agende uma palestra gratuita (DF) para sua escola ou empresa sobre este tema: secretaria@chafic.com.br

sábado, 17 de outubro de 2009

O sétimo pilar da autoestima: O amor!



O sétimo pilar da autoestima: O amor!

Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar de amor. Este é um tema melhor abordado pelos poetas, pelos artistas, pelas mães, pelas mulheres de modo geral. Eles sim podem falar com mais propriedade e com maior eloquência do que eu. Mesmo assim, a despeito de minhas limitações, ousarei falar sobre o amor em função de sua implicação à estrutura da autoestima.

Há vários sentidos e aplicações para a palavra amor. Em todos os empregos e usos do termo o significado comum é o de querer bem e agir em favor de algo ou alguém. Tudo que se faz com plenitude de vontade e intensidade de alma, se diz que é feito com amor. Portanto, o mal feito é por si só isento de amor porque não é máximo, não é esforçado, não é bem quisto, antes é feito com má vontade, de qualquer jeito, obrigado e, por isto, livre do significante amor.

A referência filosófica do amor alude aos relatos de Platão quando compara este sentimento com a caça; como algo que se busca a todo esforço até que se obtenha aquilo que acredita não possuir. Daí chamar de amor platônico toda forma de amor que extrapola os limites do bom senso e aproxima-se do patológico.

Em Freud tem-se entendido o amor como a pulsão mais primária, o impulso de vida; também conhecido nos escritos psicanalíticos como Eros. Este alterna com Thanatos, o impulso de morte. Enquanto o primeiro constrói e edifica, o segundo destrói e corrompe. O pai da psicanálise sugeriu várias vezes e em todas as suas obras a força dessas pulsões sobre as atitudes conscientes e inconscientes de nosso viver.

Enfim, são muitas as referências sobre amor e não há espaço e tempo neste singelo texto para abordar todas elas. As que aqui se apresentam são suficientes para referenciar o que pretendo vincular com o tema proposto, ou seja, o sétimo pilar da autoestima.

Desta forma, tanto no âmbito religioso-espiritual, filosófico ou psicanalítico o emprego da palavra amor e suas variações semânticas sugerem tratar de uma força sem limites, intangível, venerável e poderosa ao ponto de fortalecer, revigorar e gerar vida. Em outras palavras, o amor é como as turbinas de um avião ou o motor de um carro. Sem eles nem um nem outro poderiam sair do estado estático.

é(Eh) neste sentido que o amor se aplica a autoestima como sétimo pilar, pois sem esta força propulsora nada nem ninguém poderão mover-se e muito menos transformar-se. Nenhum dos outros seis pilares poderiam se efetivar sem o sétimo. Só o impulso de vida – amor – é que pode fazer uma pessoa mudar de idéia, se arrumar, tomar atitudes mais condizentes com o autorespeito, a autoafirmação, a integridade pessoal, a prosperidade e a melhora pessoal em todos os sentidos aplicáveis.

Não se pode ver o amor, mas pode-se percebê-lo atuante quando as pessoas são compelidas a mudar e a fazer mudar qualquer coisa ou pessoa para um estado melhor, mais bem aprimorado.

Autoestima é a tradução literal do amor próprio. Cada qual tem sua autoestima na mesma proporção do amor que sente por si próprio. Assim fica fácil entender porque as pessoas se prejudicam e se matam entre si, pois cada qual ama o próximo como a si mesmo.

Aquilo que se faz ao outro é, em análise, aquilo que se deseja fazer a si mesmo, mas de uma forma velada. E o que se quer fazer veladamente a si mesmo é o límpido reflexo da consideração e amor que cada um nutre e mantém por si mesmo. Ninguém que desonra a si mesmo poderá ter o outro em honra.

Em outra perspectiva desta análise, pode-se entender as pessoas que nos agridem e nos machucam como praticantes de ação proporcional ao ódio e repúdio que elas sentem por elas mesmas. Só quem conhece e experimentou o amor pode amar. Aquele que não sabe e sequer provou desta força chamada amor, jamais poderá desejar ou fazer o bem a si mesmo, quem dirá ao próximo.

Viver sem se sentir amado é uma porta para a angústia e a depressão. Viver sem se sentir amado torna a vida muito mais dolorosa do que normalmente seria. Tudo fica mais difícil. Se relacionar fica mais difícil. Estudar, trabalhar, produzir fica quase impossível e então reina o impulso de morte, tornando as pessoas mais amargas, destrutivas, maldizentes e infelizes. O que esperar dessas pessoas?

Não há perspectiva de vida, de sucesso ou mesmo de futuro quando a pessoa não se sente amada, querida, desejada. Portanto, não basta dizer a uma pessoa que a ama ou usar sua linguagem de amor para acreditar que o outro está sendo amado. é necessário que o outro se sinta amado para que possa experimentar esta força que transforma e revitaliza qualquer pessoa que é agraciado por ela.

Nada pode ser mais sublime e produtivo para uma pessoa do que sentir-se amada pelo pai, pela mãe, por Deus, por qualquer alguém que lhe importa ou pela sociedade de uma forma geral. Os piores delinquentes, capazes das piores ações destrutivas e práticas antisociais são pessoas incapazes de sentir e experimentar o amor.

Esta incapacidade pode ser congênita, relacionada à micro lesões cerebrais que impedem o processamento de tal sentimento ou mesmo pela experiência do abandono, do descaso e do desprezo elaborados de forma peculiar em suas mentes a partir das ações e palavras de seus entes mais próximos, a partir do nascimento até algum momento de sua vida em que ocorre um insight negativo e passa a crer na idéia de que não é amado o suficiente, antes se sente indesejado e rejeitado. Eis a semente do mal, da criminalidade.

Ninguém rouba, mata ou destrói por amor, mas por ódio e revolta.

Como é saudável acreditar que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho para que todo aquele que nEle crer tenha a vida eterna. Como é poderosa quando dita com sinceridade a frase “eu te amo”. Experimente dizer mais vezes eu te amo com as pessoas que você quer bem, mas comece dizendo a si mesmo(a) toda vez que se olhar no espelho pela primeira vez no dia. Contudo, nunca repita mais do que três vezes ao dia para não estimular eventual narcisismo!

As ações sociais de contenção da delinquência e repressão ao crime não deveriam se restringir a medidas socioeducativas e penais com base no Código Civil e na Constituição Federal apenas. Nada que se faça com base exclusivamente nas Leis e nas regras sociais poderá transformar o ódio de alguém em amor. Por isto as cadeias estarão sempre lotadas e os índices de criminalidade continuarão aumentando dia após dia. Ninguém pode se sentir amado com a aplicação da Lei.

Também não é o caso de distribuir bíblias aleatoriamente. Pois, ainda que eu falasse as línguas dos anjos se não houver amor, nada adiantará. é preciso se sentir amado e experimentar este sentimento.

E se alguém não se sente amado e, portanto, não experimenta o amor como poderá ter bem consolidado o seu amor próprio? Assim, terá invariavelmente comprometido todos os sete pilares da autoestima.

[nome], a melhor referência teórica de amor que eu conheço está no primeiro livro que o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios, registrado no Capítulo 13, versos 1 a 8 da Bíblia, como se segue:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha[...]”.

Um grande e fraterno abraço,

Prof. Chafic
www.chafic.com.br

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O sexto pilar da autoestima: A integridade pessoal.



O sexto pilar da autoestima: A integridade pessoal.

Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Assisti recentemente, como faço há muitos anos, palestra sobre meio ambiente e educação ambiental. Achei fantástica a proposta didática na impecável apresentação dos slides; os conceitos são realmente fascinantes e os vídeos tão surpreendentes quanto comoventes. Fiquei encantado!

Acontece que meu encantamento foi amenizado pelo próprio palestrante quando ao final do evento o flagrei jogando o papel do chiclete no chão. Ao perceber que eu vi o que ele havia feito sorriu sem graça dizendo: “este papel é solúvel”. Percebi a falta de coerência entre discurso e prática. Imperdoável para aquela pessoa, naquele dia, naquele momento. O jovem professor pediu desculpas, apanhou o pedacinho de papel amassado e o jogou no cesto de lixo. Mesmo assim, continuei a observá-lo discretamente enquanto desmontava seus equipamentos e senti que ele havia ficado envergonhado de si mesmo. Menos mal para o meio ambiente, porém extremamente doloroso para o moço!

Pude perceber que aquele palestrante autoconfiante e cheio de convicção durante a conferência perdera muito de seu brilho depois do efêmero e vergonhoso episódio. Já não olhava mais com tanta firmeza e confiança nos olhos das pessoas que iam cumprimentá-lo pela excelente exposição. Ele havia perdido sua força interior, pois sua autoestima acabara de receber um baque. Ele perdera sua integridade pessoal naquele exato momento.

Um gigante sobre educação ambiental que havia respondido brilhantemente diversas perguntas polêmicas e difíceis sem se abalar, agora se encontrava derrubado por um simples pedacinho de papel. Passou duas horas aproximadamente combatendo ferrenhamente o descuido com o lixo pessoal; encheu a tela com estatísticas estarrecedoras sobre o impacto ambiental causado pelo lixo que produzimos; não poupou críticas às pessoas mal educadas, às famílias que não fazem coleta seletiva de seu lixo, excomungou governantes e até ONGs.

Enfim, aquele jovem havia perdido momentaneamente e no sentido mais estrito da palavra, a sua integridade pessoal. Deixou de ser inteiro quando seu ato contradisse seu belo discurso, cujo teor expressava seus valores, princípios e ideais. O moço desmontou-se, perdeu espaço dentro de si e diminuiu de tamanho. Sua autoestima foi ferida, ficando comprometida no sexto pilar!
De acordo com o Dr. Nathaniel Branden: “[...] quando nos comportamos de forma conflitante com o que julgamos apropriado, perdemos o respeito por nós mesmos”.

Sabe-se que a falta de integridade é tão ou mais nociva do que qualquer censura ou rejeição externa, pois contamina intensamente o senso de self. Pode-se evitar uma pessoa que está sempre nos humilhando e ofendendo, mas dificilmente se pode evitar a si mesmo em veladas sessões de autocensura. Por isto acredito que o pior dos verdugos seja a própria consciência.

Nenhum ser humano tem poder maior de condenação do que a própria pessoa contra si mesma.
Não é a toa que oro a Deus diariamente pedindo livramento dos inimigos, mas principalmente do rigor de meu superego. Não obstante, os momentos que comparo meu discurso com meus atos são importantes incubadoras de culpa, pois desperta-se naquele exato momento da autocensura moral uma espécie de juiz corregedor a que Freud intitulou superego, cujo moto maior é o princípio do ideal, lugar do inconsciente onde estão armazenadas as nossas referências mais sublimes juntamente com as mais elevadas expectativas, depositadas em nós pela sociedade e por nossos entes queridos ao longo de nosso desenvolvimento.

O murundu de ideais perfeitos construídos desde a infância em nosso inconsciente afronta a todo instante nossos impulsos mais pueris, idílicos, exercendo pressão enlouquecedora, cujo ego precisa lançar mão dos mais eficazes mecanismos de defesa para aliviar desconfortante compressão: Esta angústia do ego causada pelo ultraje de nosso próprio ego moral ou superego. Um desses mecanismos de defesa do ego é a projeção, cuja dinâmica consiste em lançar no outro aquilo que condeno em mim. Portanto, quando reconheço que fiz o que condeno o outro fazer, percebo-me isento de integridade e o espírito desfalece instantaneamente.

Uma das características menos toleráveis nas pessoas de modo geral e em especial naquelas pessoas que sempre condenamos é a falsidade, a hipocrisia: palavra-chave de toda crítica aos dissimulados políticos. Quem já não repetiu a frase “fulano é mentiroso” ou ”deputado X é falso, enganador, um hipócrita!”. Parece que ao amaldiçoar o outro por sua falta de integridade, tenta-se expurgar de si mesmo esta tragédia interna que corrompe a alma e contamina o espírito. Daí a repercussão avassaladora que tem a falta de integridade sobre a autoestima.

Quem não tem pecado que atire a primeira pedra! Quem nunca foi hipócrita ou mentiroso? A raiva e o ódio que estava em Caim ou em Hitler também podem estar em mim, assim como a generosidade de Abel e o amor de Cristo também podem estar em mim. Tenho em mim o que há de melhor e o que há de pior na espécie humana. Ao admitir isto me vejo com mais integridade, pois deixo de ser apenas quem eu gostaria de ser (a melhor parte) para admitir ser quem eu realmente sou (todas as partes). Tirar uma doença do CID – Código Internacional de Doenças não a fará desaparecer, assim como refutar uma característica repudiante não a eximirá de existir em mim.

Reprimo e expurgo aquilo que julgo não prestar ou repudio em mim; mas afloro e evidencio o que mais me agrada. Contudo, não me deixo iludir haver pleno controle sobre estas forças interiores. Dado que as circunstâncias, as pessoas e o meu estado geral complementam tais forças de controle a cada instante que vivo. Em função do descontrole destas forças, posso perder ou recuperar minha integridade pessoal a todo o momento.

Na experiência do Dr. Nathaniel Branden, ao aplicar dinâmica onde solicitava aos participantes que completasse a frase: “Eu seria mais íntegro se...” então algumas respostas surgiram tais como: ...eu cumprisse minhas promessas; ...eu admitisse minhas falhas, erros ou inabilidades qualquer ao invés de mascará-las descaradamente. Assim, ser íntegro é não rir de piadas das quais realmente não se acha graça nenhuma; é admitir as qualidades e virtudes de um concorrente; é dizer não quando se tem vontade; é não super faturar o recibo do reembolso; é reconhecer a responsabilidade que tem sobre as pessoas; é não desviar objetos do escritório para uso particular.

Enfim, na opinião de cada participante ser íntegro é o mesmo que fazer a coisa certa, empreendendo congruência entre aquilo que se fala e aquilo que se faz, sabendo que as virtudes que a autoestima nos pede nem sempre são as mesmas que a vida nos exige.

Aproveite para ler os pilares anteriores em www.chaficjbeili.blogspot.com

Abraços,

Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
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