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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O anjo e o monstro sou eu!



O anjo e o monstro sou eu!
Prof. Chafic Jbeili

Já parou para pensar que o anjo ou o monstro que permeia a sua própria mente ou o pensamento do outro pode ser você?

Eu sempre tive medo do escuro. Não sabia o que havia lá, a não ser o que a minha imaginação arranjasse. Na escuridão, havia os seres mais esquisitos e mais nefastos que minha memória lembrava ter visto nos desenhos, nos filmes ou que eu ouvia nas histórias que me contavam. Bastava uma leve penumbra e as mais horrendas criaturas começavam a surgir desinibidamente, causando-me arrepios, fazendo-me recolher para debaixo das cobertas, mas também me faziam lembrar os anjos e a proteção divina e de meus pais. Eu corria para o colo da mamãe ou do papai, orava e o medo ia embora.

Interessante é que eu nunca fui atacado e agredido fisicamente por qualquer uma daquelas criaturas imaginárias, lógico, embora elas fossem fantasiosamente reais e terrivelmente assustadoras.

Eu cresci, aprendi algumas coisas sobre imaginação e descobri que na verdade os meus monstros nunca existiram, a não ser na minha cabeça, onde elas foram implantadas e, posteriormente, majoradas por mim.

Durante algum tempo eu reproduzi as caretas e os gestos daquelas criaturas. A idéia era fazer com meus irmãos, primos e amigos aquilo o que os monstros faziam comigo: assustar e fazer correr! Eu me divertia com a brincadeira, pois representava bem o assombroso papel.

Eles, os monstros imaginários, pareciam fortes e imbatíveis, mas bastava uma simples lanterna e eles desapareciam instantaneamente. Nenhum monstro é mais forte que os braços de um pai corajoso ou a fé de uma mãe zelosa. Foi então que eu descobri o poder da luz e dos pais, nossos primeiros super-heróis. A claridade e o colo me davam segurança e devolviam minha coragem. A quem temer se eu tinha uma lanterna nas mãos, além do super-homem e a mulher maravilha bem no quarto ao lado!

Mais tarde, quando servi o exército, descobri que a mesma luz que afastava as criaturas sombrias da minha mente também me delatava aos inimigos visíveis e, então, precisei fazer as pazes com a escuridão, pois ela iria me proteger dos meus oponentes e o sargento disse que eu não podia chamar meus pais.

Na escuridão eu me tornava invisível e a invisibilidade me oferecia vantagem estratégica contra as ameaças reais. Além disto, aprendi que era o medo que me preservava a vida, ao contrário da coragem, que me aproximava da morte.

Desde então, variavelmente, uso a luz para fugir da parte obscura da minha imaginação e uso a escuridão para me proteger dos inimigos. Preciso da luz para aparecer e me fazer notar pelos amigos, mas preciso da escuridão para me esconder da extinção. Quando apareço para os amigos me revelo aos inimigos. Quando me escondo dos hostis oponentes, então sumo para aqueles que me querem bem, de modo que não dá para aparecer o tempo todo e nem sumir permanentemente.

É na luz do dia e no campo aberto que arrisco a vida em busca do alimento que me mantém vivo, mas é na caverna sombria, cheia de morcegos, que me defendo, resguardando a minha vida.

A aflição deste pique-esconde vivencial dá origem a ansiedade e inquietação, perturbando-me o espírito e a alma, provocando em mim certa irritação de humor, fazendo com que eu alterne meus modos entre gentileza e agressividade. Ora sou cavalheiro, ora algoz. Digo meia dúzia de palavras bonitas para algumas pessoas e em outro momento estou ferindo o sentimento de alguém. A noite sou poeta, de dia sou gladiador. A noite escrevo estes textos, de dia vendo meus cursos.

Quando volto da noite sou alegre e afável, pareço um anjo, faço aproximar. Quando volto do dia grito, esperneio, firo com palavras, desprezo, esbravejo, vitupero, desdenho, rejeito, demito, faço caretas, assusto e faço temer. Tanto no claro quanto no escuro, aterrorizo, ponho para correr ou faço aproximar!

Há aqueles que temem o escuro, por não saber o que pode haver lá e ficam paralisados, não progridem porque não arriscam acender a lanterna das idéias. Porém, há aqueles que temem a luz dos holofotes e da atenção e não conseguem se expressar em público, rejeitam a promoção e não aceitam desafios. De forma que nosso maior problema não está no escuro ou na luz, mas no medo de ambos.

Vale à pena refletir nas palavras de Eleanor Roosevelt, quando diz: "Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta o medo. Você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue."

Quando pergunto a alguém sobre seus medos e quem é o anjo que a fascina ou o fantasma que a atormenta, ela diz: “você!”. Então, boquiaberto, descubro que o anjo e o monstro na minha cabeça e na cabeça do outro também pode ser eu! Meu Deus!


Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
Diretor e editor Chafic.com.br - www.chafic.com.br
Diretor-executivo ABMP/DF - www.abmpdf.com
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domingo, 13 de dezembro de 2009

O poder da gratidão!


O poder da gratidão!
Prof. Chafic Jbeili - chafic.jbeili@gmail.com

Eu fico fascinado com expressões sutis de reconhecimento e gratidão que sempre vejo em cenas de novelas e filmes. Não precisa nem ser aquelas cenas em que um bombeiro herói salva a vida de alguma moça indefesa dentro de um prédio em chamas, mas eu me refiro àquelas cenas em que um simples abrir de porta é retribuído pela mocinha com um olhar mais fixo acompanhado de um leve sorriso, como quem diz “Puxa estranho! Muito obrigada por sua gentileza”.

Gostaria conhecer mais pessoas com esta capacidade de percepção e tão profundo nível de gratidão, a ponto de reconhecer a mais sutil das gentilezas. Fico pensando se tamanha sensibilidade existe em pessoas na vida real, pois na maior parte de nossas vidas dedicamos tempo, atenção e ações que sequer são percebidas, quanto mais agradecidas.

Tenho observado isto no sentido de identificar o nível de fineza e gratidão que as pessoas têm dispensado na rotina diária. Mas, não tenho encontrado tal percepção de amabilidade por parte das pessoas a quem ofereço alguma gentileza. Se tais gentilezas não são percebidas, certamente não serão reconhecidas. E como há de haver expressão de gratidão se não há reconhecimento daquilo que foi feito?

Para que haja gratidão é preciso que haja reconhecimento e para que haja reconhecimento é preciso que seja percebido aquilo que se fez, quer seja um gesto ou uma gentileza qualquer.

O fato é que nem sempre as pessoas estão atentas o suficiente ao que acontece em sua volta. As pessoas não percebem com facilidade o que as pessoas fazem para que ela seja favorecida de alguma forma e, então, não demonstram gratidão, de modo que o problema da gratidão não é algo relacionado à educação ou a falta dela tão somente, mas está relacionado com a falta de atenção que as pessoas dedicam às pequenas coisas. As mentes das pessoas estão agitadas demais para perceberem sutilezas.

Tenho feito algumas experiências no trânsito, no shopping, no banco e outros lugares públicos que frequento. Deixo um carro atravessar na minha frente; abro espaço para outro motorista mudar de faixa; seguro a porta do elevador para quem está entrando; apanho objetos que caem da mão de alguém; ofereço cobertura com meu guarda-chuva; apanho sapatinhos de bebês; enfim, estou sempre procurando uma situação em que eu possa oferecer algum favor ou gentileza para encontrar e registrar aquele olhar sutil de gratidão que vejo na TV e nos cinemas, mas até o presente momento não o encontrei. Aliás, a cada gentileza que ofereço as pessoas mal olham para mim, quanto mais agradecem. A sensação é que o outro pensa que eu não fiz mais do que a minha obrigação, ao invés de uma gentileza voluntária que justificasse um “obrigado!” ou pelo menos um olhar agradecido.

Mas o que esperar das pessoas estranhas, encontradas fortuitamente nas ruas, se nem mesmo na própria casa encontra-se palavras ou gestos de reconhecimento? Vive-se dez anos com uma pessoa, dedicando-se tempo, sacrificando-se vontades em favor da família, da casa, e nunca se escuta “muito obrigado!”, como se tudo o que se faz não passasse de mera obrigação, quase em tom de punição, por decorrência do matrimônio ou da paternidade.

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas; o bom mestre empenha-se para que seus alunos sejam bem sucedidos; bons funcionários torcem pela empresa; mas o reconhecimento e a gratidão não aparecem. Cônjuges, filhos, patrões, parceiros de trabalho e as pessoas estranhas em geral estão por demais ocupadas para perceberem as gentilezas que recebem e, por isto, não podem demonstrar gratidão com tanta facilidade.

No meio de todas as pessoas, as crianças são aquelas que mais expressam sua gratidão. Um bilhetinho, uma flor, às vezes uma folha verde ou m galho seco; um desenho colorido ou um sorriso. As crianças são as pessoas que mais apresentam variedades de formas para dizer obrigado.

Minha filha de vez em quando embrulha algumas de minhas peças de roupas, minha carteira, as chaves do carro e então me dá de presente, acompanhado de um bilhetinho “pai eu te amo”, daí me abraça e diz: “muito obrigada pai!” Confesso que são os presentes mais significantes que tenho recebido ultimamente.

Os adolescentes e os jovens dizem: “valeu véi”, mas os adultos nem sequer tem me olhado nos olhos quando recebem alguma gentileza. Minha observação me diz que as pessoas parecem se tornar ingratas na medida em que crescem. Será que os adultos desaprendem a virtude da gratidão? Talvez por isto minha gentileza às crianças tenha sido mais estimulada e habitual do que aos adultos.

A história conta que Jesus curou dez leprosos e apenas um voltou para dizer obrigado. Talvez o mais grato também era o mais jovem deles. Será por isto que Jesus disse que o reino dos céus pertence às crianças? Eu creio que sim! Quanto mais eu convivo com adultos, mais eu admiro as crianças. Aprendo muito com elas.

Os adultos ocidentalizados estão ocupados demais para perceberem o que Deus, as outras pessoas e as crianças tem feito por eles. Não é a toa que o comércio de pet cresce extraordinariamente, pois a carência de reconhecimento e companhia faz dos animais uma recompensadora opção.

Contudo, o “muito obrigado” ideal é aquele voluntário, espontâneo. Diferente daquele opaco e desvalorizado “muito obrigado” que é proferido depois que você lembrou a alguém as razões de dizê-lo.

No aspecto espiritual, poucas virtudes têm maior poder sobre a lei da causa e efeito do que a virtude da gratidão. Neste sentido, a gratidão é algo que deve ser praticado, por várias vezes, ao longo do dia, todos os dias.

Comece o seu dia agradecendo a vida, o ar que respira, o bom tempo, o mal tempo, a grande idéia ou a falta dela; agradeça tudo o que tem e também aquilo que não tem; agradeça as coisas que gostaria de ter e aquelas que perdeu.

Agradeça por tudo e por todos; pelos amigos e pelos inimigos. Enfim agradeça, agradeça, agradeça, pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. O universo conspira a seu favor! Nada acontece por acaso e cada pessoa tem o necessário para conseguir o que precisa!

A gratidão é o termômetro de sua felicidade. Quanto mais gratidão demonstrar, mais feliz se sentirá.

Encerro esta reflexão com um poderoso pensamento da Jornalista e escritora Melody Beattie: "A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais, ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje, e cria uma visão para o amanhã."

Expresso a você toda minha gratidão!

Muito obrigado,

Chafic

 
Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
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domingo, 6 de dezembro de 2009

Pilar 6 da QVT: O Constitucionalismo!



O sexto pilar da Qualidade de Vida no Trabalho: Constitucionalismo.
Chafic Jbeili – chafic@chafic.com.br

O constitucionalismo diz respeito à política adotada pela empresa para reger a vida de seus colaboradores. Em geral, esta política é refletida no conjunto de regras e normas pelas quais os dirigentes balizarão suas ações no sentido de garantir e preservar os direitos dos trabalhadores, tais como segurança, privacidade, salário, plano de carreira, liberdade de expressão, entre outros fatores que determinarão a cultura organizacional, inclusive programas de Qualidade de Vida no Trabalho.

Pode parecer óbvia a pertinência deste sexto pilar em uma organização; entretanto, pode-se contar nos dedos as empresas e instituições que realmente mantém tal política de forma bem elaborada e adequada às necessidades dos trabalhadores. As micro e pequenas empresas, por exemplo, que formam o maior volume quantitativo das firmas registradas no país, dificilmente sustentam projetos na área de Recursos Humanos e quando os têm, estes são informais e estão sujeitos ao humor do empresariado, possibilitando alterações a todo instante, sem aviso prévio e conforme a conveniência deles, resultando cotidianamente em violação de direitos.

O regime de escravidão no Brasil, teoricamente extinto há mais de um século, onde a ausência total de constitucionalismo era evidente, ainda é praticado nos dias de hoje. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (2006), cerca de 25.000 pessoas no Brasil, a maioria homens semi-analfabetos, com idade entre 25 e 40 anos ainda trabalham em condições escravagistas, com restrições de acesso a água potável, dormem ao relento, não recebem salário, sendo privados inclusive de um dos direitos constitucionais e fundamentais do cidadão: O direito de ir e vir.

Mesmo que a maioria dos trabalhadores no Brasil não esteja sujeita ao formato original do regime de escravidão, esta mesma maioria está de alguma forma sendo privada ou violada em seus direitos e conquistas contemporâneas. Tanto isto é verdade que o Brasil é campeão em ações trabalhistas. Segundo dados do sociólogo José Pastore, anualmente são registradas cerca de dois milhões de ações, divididas em reparação de danos materiais ou morais.

Apenas como comparação, nos Estados Unidos os processos trabalhistas não passam de 75 mil; na França este número cai para 70 mil; seguido do Japão, com apenas 2,5 mil processos por ano.

Entre os fatores que banalizam a legislação e fazem os processos trabalhistas cresceram no Brasil são: legislação atrasada, falhas nas cláusulas, artigos em desacordo com os costumes atuais e, principalmente, o fato de a maior parte das empresas não se interessarem em estabelecer sua política de gestão de recursos humanos, potencializando os desentendimentos entre patrões e empregados, fazendo avolumar as demandas judiciais.

A desigualdade entre homens e mulheres, desde o aspecto de ascensão profissional até a remuneração são evidentes, em especial nas organizações isentas de constitucionalismo formal. A mulher já provou que é bem mais competente, eficiente e eficaz em vários cargos e funções antes ocupados apenas por homens, mas seu acesso a cargos de chefia e liderança ainda sofrem preconceitos e quando conquistam tal espaço, sua remuneração fica aquém daquela paga a um colaborador do sexo masculino.

A falta de regras claras na gestão de recursos humanos em uma instituição também abre portas para a prática do assédio moral, a exemplo de profissionais que são privados de sua liberdade de expressão por meio de ameaças sublimares. As perseguições são constantes e o trabalhador precisa se submeter ao silêncio desencadeador do estresse laboral para não perder o emprego e, obviamente, sua renda, motivo de sobrevivência e manutenção de sua família.

Se você tem uma escola, empresa ou trabalha em uma organização que não pratica o constitucionalismo, ou seja, não possui clara e bem divulgada sua política de recursos humanos, em especial no que diz respeito às garantias mínimas das condições de trabalho dos colaboradores, sugiro que contrate especialista em RH para fazer uma avaliação e elaborar o projeto de seu empreendimento.

Ao estabelecer regras elementares de direito de proteção do trabalhador, garantir a liberdade de expressão, definir normas que afiançam o tratamento imparcial, você estará efetivando o sexto pilar da QVT: o constitucionalismo e, assim, empregando mais qualidade de vida no trabalho para seus colaboradores, evitando prejuízos futuros com ações trabalhistas, além de garantir mais produtividade enquanto o trabalhador estiver a serviço de sua organização.

Preservar os direitos fundamentais e constitucionais das pessoas que trabalham com você e defender seus direitos trabalhistas além de legal, no sentido de cumprir a Lei, é também prova de inteligência empresarial e competência gestora.

Ignorar o aspecto legal nas relações de trabalho é um erro grave, extremamente sério e preocupante, tanto no aspecto financeiro quanto no aspecto humanitário.

Abraços,

Chafic Jbeili
www.chafic.com.br

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Um ano dourado 2010: Saiba por quê!



Um ano dourado 2010!
Prof. Chafic Jbeili

Há várias razões pelas quais eu acredito que 2010 será um ano espetacular para o povo brasileiro!

A população mundial sofreu bastante com guerras e rumores de ataques terroristas, sem falar na quebra de grandes bancos e o fechamento de várias fábricas no setor automobilístico. Eventos climáticos de proporções catastróficas devastaram cidades inteiras nos Estados Unidos, na Ásia e nas filipinas. Estas tragédias causaram angústia nas pessoas e as deixaram assustadas, pensando na vida. Foi assim na primeira e na segunda guerra mundial. Logo após um cessar fogo, as pessoas valorizam muito mais a vida e passam a investir em bem estar próprio.

Pensando nesta angústia que o povo estrangeiro sofreu e na necessidade natural de compensá-la é que defendo minha previsão de um ano dourado para o Brasil. Toda angústia precisa ser compensada com prazer e satisfação de vida. Atualmente, poucos e raros países no mundo oferecem esta possibilidade com segurança e baixo custo. E é neste aspecto que o Brasil se coloca em vantagem em relação aos outros países.

O Brasil é hoje um dos poucos lugares em todo o mundo cuja economia está estabilizada e não sofre ameaças climáticas ou de terroristas. Sua geografia é belíssima e o clima atende a todos os gostos. Temos praias, campos e metrópoles que não perdem para nenhum outro país.

Com o advento da Copa do Mundo em 2010 e das Olimpíadas em 2014 o Brasil foi e está sendo amplamente divulgado em todo planeta, influenciando as escolhas das pessoas que assistem os noticiários e acompanham a mídia de forma geral.

Bem, a crise mundial passou e o mercado internacional está se recuperando. O Brasil, na minha perspectiva, terá o maior número de turistas estrangeiros já registrados nas últimas décadas. O turismo é uma das atividades mais significativas do mercado, pois movimenta empresas aéreas, hotéis, restaurantes e o comércio em geral, gerando emprego e renda em vários segmentos. Estima-se que um único turista pode demandar serviços de até 20 pessoas, movimentando toda a cadeia produtiva e de prestação de serviços.

No setor público o ritmo não será diferente. Como é ano eleitoral, nenhum candidato irá arriscar qualquer ação que contrarie o eleitorado. Pelo contrário! Parlamentares e governantes irão fomentar a valorização do servidor público em uma tentativa da recuperação da credibilidade política, haja vista a crise de corrupção deflagrada nos últimos anos e, mais especificamente nos últimos dias, no Distrito Federal.

O impacto do pré-sal na economia pública, a construção de novas usinas hidrelétricas e o investimento massivo em infra-estrutura em várias regiões do país, fomentarão investimentos cujas cifras jamais foram sequer cogitadas em todo a história do Brasil.

O número de vagas no setor público será ampliado em pouquíssimo tempo e novas oportunidades de carreira ou mudança de setor irão surgir para os servidores que estiverem preparados. Quem não está satisfeito com seu atual emprego poderá se preparar para mudar de função, departamento ou mesmo de Órgão. Os recém-formados interessados em seguir a trilha do serviço público terão muito mais oportunidades do que nos anos anteriores. É hora de tirar os livros e os sonhos da prateleira e retomar os estudos e seu projeto de vida!

Enfim, 2010 será o ano da colheita. O mundo devolverá ao Brasil tudo que lhe foi tirado ao longo do tempo. O povo brasileiro terá a oportunidade de viver nos próximos anos os melhores tempos da de sua vida.
Além do mais, Deus está do seu lado e no controle de todas as coisas e é por isto que eu sinto e digo que 2010 será um ano dourado!

Prof. Chafic Jbeili
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A essência e condição humanas.

A essência e condição humanas.
Prof. Chafic Jbeili

Sabe, às vezes fico pensando sobre a essência e condição humanas, no intuito de convencer-me de que as pessoas estão melhorando enquanto evoluem ao longo do tempo. Quero acreditar que a tecnologia e as facilidades modernas, bem como as políticas humanitárias e os avanços das ciências médicas, psicológicas e sociais têm tido significante importância na evolução dos homens. Eu preciso acreditar nisto, mais até do que provar que isto é verdade!

A medicina avança e as pessoas têm vivido cada vez mais e com melhor qualidade de vida. As doenças sérias estão sob algum controle e as epidemias são mais facilmente contidas. A biomedicina e a medicina genética rompem as fronteiras do DNA para prevenir doenças congênitas, imprimindo uma nova dimensão na cura e tratamento das enfermidades.

No âmbito espiritual, vejo a proliferação de igrejas e o aumento extraordinário de fiéis em busca de um estilo de vida diferenciado. O movimento de evangelistas em todas as religiões tem trilhado caminhos cada vez mais longínquos, levando doenças como gripe, mas também urbanidade, civilização e a Palavra e Deus a povos até então isolados e excluídos do restante do mundo.

O terceiro setor se expande e intensifica as ações sociais de causas humanísticas. Vários programas sociais e ambientais estão sendo desenvolvidos em todo o mundo. Desde a proteção dos direitos indígenas, passando pelo combate do tráfico de animais silvestres até adoção de árvores na Floresta Amazônica como meio de prevenir o desmatamento.

Artistas e famosos se mobilizam em campanhas internacionais. Angelina Jolie com seu projeto de ajuda humanitária na deslumbrante, mas mal explorada África. Al Gore viajou o mundo divulgando o premiado documentário sobre aquecimento global “Uma verdade inconveniente”. Outros tantos ilustres lançam camisetas, chinelos, fitinhas, perfumes e todo o tipo de produto com finalidade de ajuda comunitária focada em uma bandeira: combate ao câncer de mama, combate a AIDS, defesa da mulher, entre outros.

Dezenas de empresários perceberam que ter uma razão social não apenas como nome, mas como objetivo de suas empresas é um grande negócio, e então passaram a investir em programas sociais como diferencial competitivo. A consciência ecológica tem gerado demanda por novas profissões, desafiando o mercado de trabalho futuro na criação de produtos cada vez mais alinhando com a política da portabilidade, sem ferir a sustentabilidade.

Enquanto isto, o mundo vivencia uma explosão demográfica. A população mundial cresceu nos últimos 400 anos mais do que em toda a história do mundo. A linha de desenvolvimento se verticaliza e os números se alteram para mais, assustadoramente. O crescimento populacional é tão grande que especialistas prevêem escassez de água e alimento em pouco tempo, cerca de 100 anos para se instalar o caos se nada for feito agora.

Todo lugar que se pode ir, está sempre super lotado. Seja no trânsito, seja no supermercado, no salão, nos bancos, nos cartórios e até na padaria o que se vê são filas enormes e congestionamento de carros, carrinhos e pessoas. O que há pouco tempo podia-se fazer com 15 minutos, atualmente não se faz com menos de 30, 40 ou até uma hora, às vezes mais.

A alta população gera altas demandas por produtos e serviços. A demanda elevada faz aumentar os preços. Isto quer dizer que as coisas estarão cada vez mais caras e mais difíceis de adquirir. Esta verdade é encoberta pela facilidade do crediário que faz aproximar os bens às pessoas, mas as deixam endividadas e escravas do débito. O débito, por sua vez é o que garante os lucros e a sobrevivência das instituições financeiras. O débito é as correntes modernas que aprisionam os cidadãos em seus próprios desejos, tornando-o mais infeliz e inseguro, para gerar-lhe ansiedade e fazê-lo querer mais dinheiro para poder comprar mais, mas sem que ele perceba isto, é claro!

Enfim, não é necessário pesquisar muito para perceber que embora tenham surgido novas tecnologias, produtos e serviços, a essência e condição humana não evoluiu quase nada em termos qualitativos. Aprendemos a dominar o fogo e como esquentar o planeta, provocando a natureza que nos retribui furiosamente com seus tsunamis, tornados e terremotos cada vez mais intensos e freqüentes. Aprimoramos nossos carros e nossas armas.

Mudamos as coisas antigas e criamos outras novas sim, mas não conseguimos mudar as pessoas. Caim continua matando Abel; Édipo continua matando Laio; Hitler continua conquistando adeptos; muitas pessoas continuam clamando pela libertação de Bahabás em troca da crucificação de Cristo; César continua esbanjando seu poder político e o seu parlamento continua sustentando a corrupção, enquanto fingem fazer Leis em favor do povo. Tudo isto acontece bem debaixo do nariz da Justiça que continua de olhos vendados para o povo vendido.

Proporcionalmente, há mais penitenciárias hoje do que havia há 100 anos, muito mais do que havia há 500 anos. Isto quer dizer que o número de bandidos têm aumentado em relação a população, provando que toda evolução nos âmbitos industrial, político, das ciências médicas, psicológicas, sociais e religiosa não tem tido efeito significante sobre a mudança na essência e na condição humanas.

A tendência para o mal prevalece no coração e na mente dos homens, contra os próprios homens e seu habitat. A história prova que não há nada que possa ser industrialmente produzido ou politicamente estabelecido que faça mudar o cerne da índole humana. O mundo jaz no maligno!
A barulheira e a inquietação que o mundo vive e privilegia é, na verdade, a manifestação de um mecanismo do ego angustiado, ao qual Freud chamou de “fuga”. A neurose social atual que causa o presente mal estar na civilização é o desejo e tentativa de fugir de tudo aquilo que o próprio homem vem criando ao longo dos séculos.

Esta reflexão me faz lembrar a história dos cupins que para se manter vivos, decidiram comer a madeira do barco que os livrava de uma inundação. Na verdade, os cupins não detinham o poder sobre o próprio destino, mas podiam decidir como viveriam até que o destino os alcançasse. Uns cupins se esbaldavam comendo a porção dos outros, enquanto uns tentavam fazer aquela experiência o menos sofrível possível.

Assim somos nós, os humanos: nada do que possamos criar modificará o nosso destino, mas podemos mudar a forma como interagimos até que o nosso tempo chegue. Uns se esbaldam e dedicam-se tomar a porção que pertence a outrem, enquanto muitos dedicam sua vida na expectativa de tornar a experiência de seus semelhantes mais prazerosa, feliz e produtiva quanto for possível.

Prof. Chafic Jbeili
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A expectativa dos pais revelada nos nomes dos filhos.

A expectativa dos pais revelada nos nomes dos filhos.
Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Os pais quando escolhem o nome de seus filhos, geralmente o escolhe com base em alguma expectativa ou desejo. Por isto é comum ver pessoas com nomes de reis e imperadores como Alexandre, Pedro, Artur. Nomes de santos também estão na lista dos mais preferidos, tais como Mateus, Lucas, Marcos, entre outros. Além da sonoridade forte e marcante, experimentada durante a escolha, cada nome escolhido traz consigo alguma esperança dos pais em relação ao filho.

Conheço outros nomes de pessoas que são junções dos nomes dos pais. Outros são homenagens ao patriarca ou matriarca da família. Tem também aqueles nomes que retratam uma circunstância, a exemplo de uma criança mostrada em noticiário recente que nasceu em situações adversas e foi batizada de Vitória, pois triunfou sobre uma ocasião desfavorável. De forma que cada nome escolhido quando não é uma homenagem declarada, em geral é notadamente uma declaração de expectativas dos pais.

Renato Russo cantou em sua música Pais e Filhos: “[...] meu filho vai ter nome de santo. Quero o nome mais bonito[...]”. Esta é uma verdade incontestável: Os pais querem sempre o nome mais bonito, diferente, exclusivo, de força e de coragem, pois este é o desejo dos pais aos filhos, ainda antes destes nascerem. Ao invés de dizer meu filho terá nome disto ou daquilo, cada pai e mãe deveriam dizer: vou me empenhar para que meu filho tenha tal e tal comportamento diante de sua família e diante da sociedade e, assim, ser um cidadão de bem, independentemente da sonoridade e procedência de seu nome.

 Uma vez escolhido o nome, não há fugir à responsabilidade parental. As expectativas que se depositam nos filhos é, invariavelmente, uma carga que os pais geram para si mesmos. O simples fato de escolher um nome de significado forte não garantirá que a expectativa seja realizada, cumprida. Os pais devem chamar para si o compromisso de fazer acontecer com os filhos aquilo que eles esperam deles. Se quiserem um filho com comportamento e atitudes de rei, santo ou pelo menos de bom cidadão, então haverão de dar boa educação e principalmente exemplos sólidos para que o filho seja conduzido no caminho daquela expectativa, e não apenas um nome forte.

Quantos jovens e adultos com nomes nobres estão nas cadeias? Quantos políticos com nomes de santos não estão envolvidos com corrupção e lavagem de dinheiro? Quantos bandidos com nomes de reis?
Se um pai ou uma mãe querem que seus filhos se tornem os mais dignos dos cidadãos, então precisarão oferecer muito mais do que um nome bonito, cheio de significantes; antes, será preciso que os pais estejam decididos, empenhados e bem informados sobre como eleger e desenvolver educação de base familiar capaz de conduzir seus filhos por caminhos bem sucedidos em todas as fases de sua vida. Da primeira infância até a vida adulta, cada pai e cada mãe têm a responsabilidade e o dever de zelar pelo cumprimento de suas expectativas nos filhos.

Não há pessoas de comportamento lapidado e atitudes grandiosas sem que tenha havido anteriormente uma lapidar e grandiosa educação familiar. Não há qualquer pessoa que não sofra influências, positivas ou negativas, de sua família, de sua escola, de sua igreja e da mídia a que presta atenção. Cada pessoa tem sim suas particularidades de personalidade, mas todos são influenciados de alguma forma e em alguma intensidade pelas outras pessoas com quem convive e interage durante toda sua vida. Como você (pai ou mãe) tem influenciado seus filhos?

Somos uma nação de pessoas com nomes de todas as origens e de todos os significados. Os cidadãos brasileiros, em sua maioria, têm nomes de gente importante, poderosa, guerreira, nobre e vitoriosa. Alguns de nós até se comportam assim. Porém, uma nação digna não se constrói apenas com belos nomes, mas com atitudes condizentes à nobreza implícita em cada nome e sobrenome que seus cidadãos carregam.
Se cada um buscar o significado de seu nome, tentando compreender as circunstâncias e as razões pelas quais este nome foi escolhido, buscando assim compreender a grandeza que o cerca, certamente poder-se-á perceber no convívio diário atitudes mais condizentes aos valores morais e éticos que tanto falta em nossa sociedade.

Suas atitudes e comportamento condizem com o significado do seu nome?  Reflita sobre o fato de que não é o nome que leva a pessoa a honra e ao sucesso, mas a pessoa de honra e sucesso é que leva seu nome às alturas. Ao invés de dizer “veja onde meu nome me levou!” diga: “Veja onde levei o meu nome!”.

Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
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domingo, 29 de novembro de 2009

Pilar 5 da QVT: Integração social!

O quinto pilar da QVT: Integração social!
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

O tema integração social na empresa é um desafio enorme tanto para os gestores quanto para os membros de uma equipe. Fazer com que todos se dêem bem e trabalhem harmoniosamente é realmente uma arte.

Ser cooperativo onde há competitividade é, na verdade, uma neurose. Em termos práticos, não há como colaborar com um colega e torná-lo bem sucedido em uma situação em que cada qual precisa se destacar cada vez mais, até mesmo para garantir sua posição ou o próprio emprego.

A área esportiva, em especial, nas modalidades individuais como fórmula-1, natação etc é uma demonstração clara de que cada qual precisa dar o máximo de si sem que se cogite a possibilidade de apoiar o outro a vencer. De forma diferente, em um time de futebol ou de vôlei, cada membro precisa trabalhar colaborando com o colega para que o time, e não a pessoa vença a disputa. Muitas vezes há desentendimento dentro do time, pois há aqueles que querem fazer o gol para ganhar destaque especial.

Os exemplos do que acontece no âmbito esportivo pode ser facilmente reproduzido no espaço de trabalho de uma empresa ou de uma escola. Sempre haverá membros de uma equipe que trabalha sozinho e, por isto, adota estratégias individualistas e há também aqueles que necessitam um pouco mais de destaque e, então, mesmo trabalhando em equipe querirá um destaque especial.

Contudo, modalidades de esporte ou de comportamento à parte, a integração social não se limita ao modus operandus da equipe em si. Outras nuanças são necessárias para que haja alguma harmonia ou, pelo menos, que sejam preservados os direitos de cada pessoa que compõe uma equipe. Cada pessoa precisa ser respeitada em sua essência, mesmo que ela não concorde umas com as outras pessoas da equipe nos aspectos de gostos pessoais, de idéias ou profissionalmente.

Entre estas nuanças facilitadoras da integração social na equipe, Walton destaca ações que visam, por exemplo, coibir qualquer tipo de preconceito no ambiente de trabalho. Isto garante as condições mínimas de respeito. As brincadeiras de mal gosto, por exemplo, que aparentemente se mostram inofensivas, podem ser verdadeiras ofensas, como piadas que envolvem nacionalidades: turco, português etc, ou piadas com gaúcho, baiano, mineiro etc.

Freud dedicou um livro somente para falar sobre os chistes e a relação com o inconsciente. Toda brincadeira tem um fundo de verdade e traz uma revelação do que a pessoa realmente deseja. A ofensa em forma de brincadeira pode ser, entre outras coisas, a sublimação de uma opinião que se dita de forma convencional, séria, poderia configurar crime de discriminação.

Outra nuança facilitadora da integração social é o tratamento igualitário entre os membros. Quando uma pessoa é tratada de forma mais especial, com regalias e mais flexibilidade, enquanto outra pessoa da mesma equipe é mais cobrada e exigida, então há incoerência na gestão e ao invés de produzir harmonia será gerado ciúme e desavença entre os membros, tal qual acontece eu uma família onde os pais dão tratamento diferenciado ao cada um dos seus filhos. é preciso que haja uma única regra para todos. O que um pode, todos devem poder. As exceções de concessões especiais devem ser tratadas com todo o grupo, ao invés de ser uma decisão unilateral do chefe.

Outro aspecto fundamental é o espírito de equipe. O senso comunitário deve prevalecer na ambiência do trabalho. As palavras de incentivo e os elogios precisam ser dirigidos a toda a equipe e não apenas a um ou outro membro. As atividades colaborativas precisam prevalecer sobre as competitivas. Necessário se faz conscientizar cada integrante do grupo que o outro é responsabilidade dele também, e que ele é responsabilidade dos colegas. Assim, cada qual deve entender-se tanto como parte cuidadora do grupo como parte cuidada. Neste caso, vale a pena lembra o velho chavão dos mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”. O trabalho das abelhas e das formigas é um bom exemplo de dinâmica para incrementar o senso de corpo no grupo. 

Enfim, a integração social é promovida, sobretudo, com ações justas e equivalentes para todos os membros que compõe uma equipe. Não pode haver espaço para distinções ou discriminações de qualquer natureza. As insinuações que evidenciem preconceito, racismo, distinções, privilégios e outros de igual teor precisam ser evitados e coibidos em favor da harmonia do grupo para que cada um se sinta integrado socialmente ao grupo de trabalho onde executa suas tarefas diariamente.

A idéia da integração social não é necessariamente fazer com que toda a equipe se entenda e todos se tornem grandes amigos uns dos outros. Na verdade, a individualidade deve ser respeitada e mesmo que haja discordância de opiniões entre os membros ou não saia uma grande amizade entre os colegas de equipe, cada integrante precisa se sentir parte igualitária do grupo, onde todos sentem ter a mesma importância para a instituição e, assim, decidam cooperar uns com os outros em prol do objetivo geral da equipe e não apenas de uma estratégia separatista e individualizada.

O quinto pilar da Qualidade de Vida no Trabalho é a integração social. Este pilar é perfeitamente adequado e aplicável em todo e qualquer lugar onde haja necessidade de ações conjuntas. Onde houver duas ou mais pessoas imbuídas em uma missão comum, ali deve haver integração social.

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pilar 4 da QVT: Oportunidade de crescimento!


O quarto pilar da QVT: Oportunidade de crescimento!
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Entre uma pessoa que acredita estar no caminho de sua realização pessoal e profissional; e outra pessoa que está infeliz e frustrada com seu trabalho, qual das duas você acredita irá ser mais colaborativa em uma equipe? Qual das duas oferece, em sua opinião, maior potencial de produtividade? Qual das duas você convidaria trabalhar ao seu lado?

A pessoa certa dependerá do que você tem a oferecer a cada uma delas! Não é o estado atual o mais importante, mas o que importa realmente é saber qual das duas está disposta a sair de sua zona de conforto, estimulada por sua proposta, pois, segundo John Kennedy, o conformismo é carcereiro da liberdade e inimigo do crescimento. Logo, a pior pessoa para trabalhar ao seu lado é aquela que de alguma forma não quer ou não aproveita as oportunidades para aprimorar suas habilidades e crescer na vida.

Há uma quantidade considerável de pessoas querendo ser promovida em seu ambiente de trabalho. Muitas almejam experimentar funções diferentes, ganhar mais, ocupar postos de chefia, ter novos desafios e até chegar ao cargo de diretor ou presidente, dependendo do setor ou da organização em que está lotado. Entretanto, nem toda pessoa aproveita suas chances e nem toda empresa está atenta a estas necessidades de seus colaboradores. Ambos acabam desperdiçando excelente oportunidade de motivar e manter elevada a própria moral e a moral de sua equipe.

Cada pessoa deve gerir e buscar o próprio crescimento, dando preferência à formação diversificada, continuada e constante na área de seu interesse profissional ao invés de esperar que alguém faça isto por ela.


Por oportunidade de crescimento entende-se toda e qualquer ação estratégica tanto da pessoa quanto da organização que possibilite crescimento pessoal e profissional, por meio de cursos de atualização e qualificação profissional, além de atividades culturais e desenvolvimento de sua espiritualidade.

Quanto mais culto, técnico e espiritualizado for um profissional, melhor será o seu desempenho para a empresa ou instituição em que trabalha.


As organizações focadas na produtividade e no alto desempenho oferecem aos seus colaboradores condições de crescimento profissional e a possibilidade de ascensão a cargos e funções, tanto no aspecto horizontal (cargos e funções de mesmo nível de enquadramento) quanto no aspecto vertical (cargos e funções de nível hierárquico diversificado).

Walton, em sua teoria sobre a QVT defende a idéia de que todo trabalhador precisa ter a possibilidade de seguir e prosperar em sua carreira, nutrindo a esperança de galgar postos cada vez mais altos e, obviamente, ter acesso a salários mais elevados como forma de agregar sentido às tarefas realizadas e assim oportunizar aos trabalhadores perspectiva mais condizente com suas expectativas de consumo e de realização pessoal.

Sobre crescimento pessoal, enfatizo a importância de as organizações elaborarem e manter programas de cursos in company ou mesmo liberar tempo ou oferecer ajuda de custo para que a pessoa tenha condições completar seus estudos, fazer uma segunda ou terceira graduação, especializar-se em cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado etc. A perspectiva de crescimento pessoal e profissional gera gratidão, senso de zelo e fortalece os vínculos de compromisso do funcionário com a empresa, além de trabalhar sua autoestima e prepará-lo para assumir os mais altos cargos e funções que lhe forem possíveis.

A ausência de planejamento na área de Recursos Humanos que contemple medidas para o crescimento pessoal e profissional do trabalhador é um problema grave na maioria das empresas e instituições tanto do setor privado quanto do setor público. Tal lacuna administrativa compromete não apenas uma eventual futura recolocação do profissional no mercado de trabalho, mas mina a competitividade da própria empresa no mercado globalizado, degradando a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

Quando perguntamos por que certas empresas crescem tanto, mesmo em meio à crise mundial, ou porque alguns órgãos públicos são bem mais eficientes do que outros, basta verificar o sistema de gestão de pessoas com foco na qualidade de vida do trabalhador destas instituições e comparar com o sistema de gestão daqueles que não valorizam a sua força de trabalho, em especial não estimulando o desenvolvimento de seus funcionários.

Toda empresa é do tamanho de sua força de trabalho. Equipes estagnadas, desatualizadas e desmotivadas dão a personalidade exata do departamento ou da empresa em que trabalham. Cada organização trilha o mesmo caminho em que direciona seus colaboradores.


Nos textos anteriores, onde exponho minha opinião sobre os três primeiros pilares da Qualidade de Vida no Trabalho, aprendemos como é importante a remuneração justa e adequada, as condições de trabalho e a gestão por competências. Agora, no quarto pilar, aprendemos como é fundamental para o bem estar do trabalhador e a prosperidade das instituições oferecerem oportunidade de crescimento aos seus colaboradores.

Oportunizar crescimento é a essência do quarto pilar da qualidade de vida no trabalho, pois como bem disse o jurista norte americano, Oliver Holmes, “[...] o mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos.”

Seja qual for a direção que você mover sua equipe, é para lá que você estará indo também!


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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pilar 3 da QVT: A Gestão das Competências!

O terceiro pilar da QVT: A gestão das competências!
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Você já realizou ou realiza alguma tarefa que contraria profundamente suas vontades? Você já realizou ou realiza funções que afloram em você sentimentos de que está sendo subaproveitado ou que te faz sentir menor ou menos capaz do que você realmente é? Você já se sentiu violentado pelo trabalho que realiza? Enfim, quanto exatamente o trabalho que você realiza está aquém do seu currículo, de sua experiência e, principalmente, de suas vocações? Quão distante está o seu trabalho daquilo que realmente você queria ser quando era criança?

As crianças elegem seus modelos e suas referências. Estas referências são introjetadas ao longo do desenvolvimento e vão para um lugar chamado inconsciente, ficando fora do campo perceptivo, contudo tais referências permanecem latentes, determinando impulsos, influenciando escolhas.  Se essas referências encontrarem respaldo no DNA, potencializando as habilidades específicas, então se tornam a(s) vocação(ões). Uma vocação é o conjunto de habilidades específicas e de disposições internas que determinam as tendências profissionais de uma pessoa.

A gestão por competência tem como essência conhecer a vocação do trabalhador e localizar na organização a função que mais se enquadra às aptidões desse trabalhador, oferecendo-lhe oportunidade realizar tarefas mais condizentes com suas competências e interesses. Este tipo de gerenciamento de recursos humanos é um dos principais fatores de produtividade e tem sido implantado com sucesso em muitas empresas e órgãos públicos.

A responsabilidade na gestão da competência deveria ser primeiro do trabalhador (autogestão), mas este às vezes aceita participar de seleções de emprego e concursos públicos tendo em vista apenas a questão salarial e a estabilidade, arriscando assumir atribuições que contrariam suas vocações. Com o tempo, muita disciplina, profissionalismo e um pouco de sorte, poderá até aprender a gostar do que faz e fazer bem, mas nem sempre é o que acontece, não é verdade?

Lembro de uma jovem administradora de empresas que passou em um disputadíssimo concurso público para trabalhar no Supremo Tribunal Federal e, depois de sua posse, foi designada (por sorteio aleatório) para um departamento que cuida de processos obituários. Ela precisava ler laudos do IML e ver as fotos técnicas de cada processo, com detalhes da anatomia dos acidentados, cujo objetivo era atestar a procedência daqueles pedidos de indenização. Resultado: um ano e meio depois da posse ela estava com sua primeira licença médica, devido uma forte depressão que desenvolvera na realização de seu trabalho.

Na gestão por competências, certamente a designação do posto para análise de processos obituários seria dada preferencialmente a profissionais vocacionados à medicina, biologia ou enfermagem, mesmo que eventualmente tivessem graduações diferentes destas áreas, mas dificilmente seria dada a uma pessoa avessa a sangue, fraturas expostas e fotos cadavéricas. Entende a incongruência no método de designação de função por outro método que não o de gestão por competências?

Em toda organização existem os diversos departamentos: administrativo, jurídico, marketing, RH etc. Cabe aos gestores identificarem as vocações de seus colaboradores e fazer a recolocação adequada para que haja qualidade de vida no trabalho e, consequentemente, gozo e produtividade. Creio que boa parte das doenças laborais tenha vínculo com a má gestão dos recursos humanos.

Outro aspecto negligenciado na gestão por competência é quando o profissional está no departamento e funções adequados, mas o chefe imediato, por alguma razão de improbidade, insiste desviar de função determinado membro da equipe, atribuindo-lhe tarefas aquém das suas capacidades. Nada mais desconcertante, constrangedor e improdutivo tirar um técnico de trabalho específico que somente ele tem condições realizar para designá-lo realizar outras tarefas cujo cumprimento não exige maiores conhecimentos e que, na prática, qualquer outra pessoa poderia realizar.  É de fato incompetência do gestor, senão crime de improbidade administrativa.

Uma coisa é o funcionário ser humilde não julgando a si próprio como especial demais para realizar tarefas consideradas simples ou inferiores, a exemplo de profissionais que acham absurdo limpar a própria mesa, carregar apostilas para reunião ou mesmo devolver à copa a garrafa de café. Outra coisa é o profissional aceitar um emprego porque precisa daquele salário, sujeitando-se a tarefas e chefes que não levam em consideração sua capacitação e experiências, simplesmente ignorando suas competências.
 
No início do ano eu escrevi texto intitulado “Freelancers da Educação”, fazendo analogia sobre pessoas que fazem “bico” como educadores. O problema é exatamente este: fazer bico em trabalhos que a pessoa jamais se imagina realizando e no final acaba violentando a si mesma. O resultado é sempre desastroso para todos os envolvidos.  

Desde a revolução industrial se tem notícia da disputa por uma vaga de emprego no mercado de trabalho. Não são poucas as pessoas que se submetem a serviços, cujas atribuições chocam com as vocações. Realizar algo somente em função da remuneração é uma espécie de autocorrupção e autoprostituição. A prostituição profissional corroe a alma do sujeito, minando sua alegria de viver, fazendo-o se sentir a mais inadequada das pessoas.

Quem de nós não conhece alguém que está em um trabalho considerado perfeito, mas no fundo no fundo percebe que aquela pessoa está infeliz com o que faz? E você como se sente com o seu trabalho?

A gestão por competência está voltada para a autonomia, incentivo ao autocontrole, desenvolvimento das qualidades múltiplas e treinamento a respeito do processo de trabalho.  Esses fatores fazem o trabalhador sentir-se mais seguro e competente na consecução de suas atribuições e, consequentemente, mais realizado com a profissão que escolheu abraçar e seguir carreira.

Cabe a todos, profissional e gestores, ficarem atentos ao terceiro pilar da Qualidade de Vida no Trabalho, pois se os profissionais devem buscar conhecer as próprias vocações e escolher empregos mais condizentes para si. Os gestores, por sua vez, devem conhecer e considerar a vocação de cada membro de sua equipe para designar funções e tarefas mais condizentes com os objetivos da organização, aproveitando melhor o capital humano e gerar mais qualidade à força de trabalho que está sob sua responsabilidade.

Saúde e bem estar do trabalhador no ambiente laboral é questão de produtividade, sucesso e realização profissional. Nem sempre estas coisas estão relacionadas objetivamente ao dinheiro. O que cada pessoa sente com o trabalho que realiza determinará sua percepção de remuneração justa e adequada, provando que nem todos fazem o fazem somente pelo que ganham.

Encerro esta reflexão sobre qualidade de vida no trabalho com uma frase de Henry Ford: "Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência". Quais são as suas? Quais são as de seus subordinados?

Prof. Chafic Jbeili
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domingo, 8 de novembro de 2009

Pilar 2 da QVT: As Condições de Trabalho.



O segundo pilar da QVT: As Condições de Trabalho.
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Destaquei no primeiro texto desta série de oito crônicas sobre a QVT, que o trabalho é a fonte mais fidedigna para uma pessoa obter os proventos necessários ao custeio e manutenção de sua sobrevivência e, por isto, ela precisa ser remunerada de forma justa e adequada. Agora, no texto corrente, comentarei o segundo pilar da QVT, cujo substrato teórico continua sendo a teoria de Walton (1973). Desta vez o destaque vai para as condições de trabalho.

Sabe-se que o ambiente laboral é o lugar onde uma pessoa permanece a maior parte de seu dia, na maioria das vezes até mais do que na própria casa. Daí a relevância desta reflexão, ainda que de forma breve, sobre o impacto das condições de trabalho sobre a qualidade de vida do trabalhador.

Levando-se em consideração a totalidade de tempo dedicado a um mesmo local, o ambiente de trabalho pode ser facilmente considerado como segundo lar e, por conseguinte, os colegas que ali compartilham desse mesmo espaço, tornam-se como uma segunda família, com todas as prerrogativas positivas e negativas que todo grupo familiar geralmente apresenta. Por este motivo, não se pode negligenciar as condições em que uma pessoa passa todo esse tempo em um mesmo local, compartilhando idéias e materiais com tantas pessoas diferentes. Necessário se faz proporcionar e manter condições favoráveis para que um trabalhador execute suas funções.

Com base nesta perspectiva de influência das condições de trabalho sobre a qualidade de vida do trabalhador, quero ressaltar pelo menos dois aspectos que considero mais relevantes: o primeiro aspecto é o da ambientação, alude à parte material e diz respeito às instalações físicas, incluindo desde a disposição do mobiliário até a salubridade e segurança geral do local. O segundo aspecto é o da ambiência, restrito à parte funcional da dinâmica trabalhista e diz respeito à qualidade e intensidade das relações vivenciadas durante a jornada de trabalho.

Sobre ambientação, sabe-se que a maioria das doenças laborais que afligem o corpo é, sobretudo, decorrente da infeliz combinação entre mobiliários ergonomicamente inadequados, mal posicionados e o uso indisciplinado desses componentes, ou seja, é a conjugação entre a cadeira inapropriada, desconfortável e o sentar-se de qualquer jeito. Outro exemplo é o uso intenso e contínuo de um aparelho de ar condicionado antigo, sem a devida manutenção em seus filtros de ar; ou ainda a pessoa que passa, por exigência da função, períodos prolongados de tempo fazendo a mesma coisa em uma mesma posição, como é o caso de professores que passam horas e horas lecionando em pé, facilitando diversas complicações de circulação, desvios na coluna ou até mesmo lesões musculares.

Todo e qualquer obstáculo na realização de uma tarefa rouba energia do trabalhador e violenta suas estruturas físicas e emocionais, inibindo a produtividade. O esforço intenso e contínuo na realização de uma tarefa, cuja magnitude da ação seja maior do que a resistência oferecida pela adequação do ambiente de trabalho será sempre onerosa e contra produtiva para a empresa. Em suma: a diferença de preço entre a cadeira mais barata e a mais adequada não é nada se comparado aos prejuízos causados pela improdutividade e as licenças médicas recorrentes do uso de um determinado equipamento, impróprio para uma pessoa realizar cabalmente sua tarefa.

Pode parecer sem importância, mas a posição em que os móveis estão distribuídos em um ambiente também pode interferir na dinâmica laboral, a exemplo daquela estante ou arquivo posicionado na frente da única janela da sala, impedindo a entrada de luz natural e a necessária circulação de ar, causando desconforto e insalubridade, ambos inibidores da produção. Imagine como incomoda trabalhar em um computador que fica de frente para uma janela. A pupila fecha por conta da claridade, mas é forçada a abrir para enxergar a tela do computador, causando fadiga e o trabalhador terá dificuldade realizar a digitação, aumentando a possibilidade de erros. Neste time, os ruídos internos e externos, assim como a qualidade da iluminação artificial também contam como quesitos contra producentes no ambiente de trabalho e devem ser evitados.

Os toaletes são itens à parte neste contexto das condições de trabalho. Detenho-me a mencionar aqueles de uso restrito e limitado, a exemplo dos banheiros da sala dos professores ou aqueles reservados a um determinado departamento da empresa. Como é terrível voltar do horário do almoço, precisar usar o banheiro e não ter condições de higiene para isto. O turno da tarde não renderá tanto, haja vista o desconforto de uma necessidade pessoal sobre a exigência de desempenho profissional. É claro que muitas pessoas sábias e eruditas, porém muito mal educadas não colaboram na manutenção dos banheiros, mas geralmente o pessoal da limpeza é mal orientado, operando somente pela manhã e no final da tarde. Precisa ser mais vezes, em horários que antecede o horário de pico dos toaletes! Mas algum gestor já fez esta pesquisa para identificar necessidades de ajustes nos horários de limpeza do banheiro? Acredito que não!

Sempre que posso faço uma visita ao banheiro dos professores e em alguns destes banheiros, especificamente, pude constatar papel higiênico de terceira categoria, daqueles de cor cinza, que eu não utilizaria nem para apoio em resfriados. Vi também frascos de detergente Odd no lugar de sabonete líquido, folhas de A4 para enxugar as mãos e espelho daqueles minúsculos com moldura alaranjada e vidro trincado no canto. Que tipo de escola oferece um banheiro deste para seu Corpo Docente? Que visão de motivação e produtividade mantém tais gestores? Uma lástima!

Outro fator considerável no contexto material das condições de trabalho é a segurança. A energia psicossomática desprendida por um trabalhador que se sente desprotegido e inseguro em seu local de trabalho é enorme. Tal força seria melhor aproveitada se fosse canalizada para a produtividade. Esta insegurança laboral que rouba a vitalidade do trabalhador advém quase sempre de possíveis ameaças naturais como incêndio, inundações, contaminações por epidemias ou do risco eminente de agressão pelo público interno ou externo da instituição.

Assim como o simples uso do sinto de segurança nos automóveis aumenta a sensação de segurança em motoristas e passageiros, do mesmo modo, medidas como a colocação sinalizada do extintor de incêndio em paredes estratégicas; grades; câmeras de segurança; apoio para mediação de conflitos ou mesmo a presença de um vigilante na portaria aumentam a sensação de segurança do trabalhador. Faça pesquisa entre seus colaboradores e verifique o que mais causa insegurança no local de trabalho, depois tome providências! A energia extra que o funcionário gasta na expectativa de que algo ruim irá acontecer, desviando sua atenção, poderá ser deslocada para a atividade principal, diminuindo o estresse e colaborando para a QVT e a produtividade.

Trabalhar em um local onde haja política de segurança evidente, com instruções claras, treinamentos e simulações para situações de emergência, bem como equipamentos sinalizados e devidamente posicionados demonstra nitidamente a preocupação da empresa em zelar pelos membros de sua equipe. A sensação de proteção que se oportuniza aos colaborares retorna em produtividade e resultados para a empresa.

As empresas com foco em produtividade e resultados sabem que não oferecer uma cadeira apropriada; um banheiro limpo para se utilizar ou segurança durante a jornada de trabalho pode interferir significativamente na qualidade de vida de seus colaboradores, suscitando neles sentimentos e comportamentos contrários à consecução de metas e objetivos, tornando o trabalho contra producente, reafirmo.

Sentir-se protegido, ter mesas, cadeiras, materiais, equipamentos adequados e bem posicionados em espaço de trabalho sempre limpo e arejado, além de contar com banheiros asseados, com aquele cheirinho de limpeza, onde se podem encontrar sabonete líquido, toalha descartável e papel higiênico de qualidade são providências fundamentais para o bem estar do trabalhador.

Se o trabalhador se sente bem, certamente irá produzir mais e melhor. Sua autoestima será fortalecida, interferindo positivamente em seu comportamento e potencializando o rendimento e a fecundidade de suas idéias e ações dentro da instituição.

Toda e qualquer ação de reconhecimento capaz de fazer um trabalhador se sentir estimado e importante em seu local de trabalho irá deixá-lo mais produtivo e eficiente.

Na perspectiva do aspecto de ambiência, restrito a parte funcional da dinâmica trabalhista, destacam-se o tratamento dispensado pelos chefes e pelos colegas de equipe ao trabalhador. As relações conflituosas, onde há agressões verbais constantes, assédio moral ou sexual, entre outros tipos de violências menores ou maiores relacionadas à dinâmica de trabalho cooperam para a queda da qualidade de vida do trabalhador.

Enfim, enquanto os aspectos de ambientação inadequada consideram-se o desconforto, a insalubridade e a insegurança como fatores contra producentes, por outro lado, os aspectos da ambiência inadequada irão considerar as relações interpessoais estressantes e a má qualidade das vivências do trabalhador.

Estes fatores, entre outros diversos e específicos conforme cada caso, por isto não citados aqui, podem estar relacionados como consequências da má gestão em relação aos critérios de escolha e aquisição de mobílias, equipamentos e materiais de manutenção do ambiente laboral, bem como da ausência de políticas eficazes de gestão de pessoas. No primeiro caso o gestor geralmente privilegia, nas compras que faz a economia pecuniária em detrimento do conforto e da saúde geral do trabalhador e, no segundo caso, negligencia os aspectos motivacionais na gestão de sua equipe.

Neste antro de perdição gerencial que deteriora as condições de trabalho, perdem todos! Perde a instituição, perdem os colaboradores e perdem os clientes. No fim, pode-se constatar uma instituição medíocre, cujo foco da administração está voltado para “apagar incêndios”, com uma equipe alheia, composta de membros desunidos, desmotivados e, obviamente, gerando cada vez mais clientes insatisfeitos, sempre à espera de uma opção melhor.

Desta forma, o segundo pilar da qualidade de vida no trabalho é, sem dúvida, as condições de trabalho.

Prof. Chafic Jbeili
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domingo, 25 de outubro de 2009

Pilar 1 da QVT: A Remuneração.

Série: Os 8 Pilares da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

O primeiro pilar da QVT:
A Remuneração Justa e Adequada.

Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

O trabalho é a fonte mais lícita para realização de qualquer necessidade ou desejo humanos.

Nada do que se possa desejar conquistar com honra e dignidade está fora do trabalho a não ser a herança familiar, entre outras raras exceções da mesma distinção. Por isto, todo trabalho honesto deve ser considerado uma bênção, mesmo que eventualmente não seja o ideal em termos de ganhos financeiros ou emocionais.

De forma restrita à dimensão financeira, é por meio da remuneração obtida com o trabalho realizado que o trabalhador busca saciar desde necessidades primordiais como alimentação, educação, saúde, higiene, lazer, vestuário, moradia e segurança até a realização de desejos de consumo mais sofisticados como aquisição de bens móveis e imóveis de luxo, além de serviços não-essenciais relacionados a hobbies, a estética, a caprichos especiais e à autorealização.

Desta forma, cada pessoa tem a sua escala particular do que seja uma remuneração justa e adequada sobre um mesmo tipo de trabalho. Infelizmente, por questões de sobrevivência e eventuais necessidades muitas pessoas se submetem a subempregos e trabalhos que estão bem aquém de seus anseios, vocações e inclusive de sua capacidade profissional, porquanto sua retidão de caráter não admite outra forma de manutenção de sua vida e de sua família, a não ser pelo trabalho honesto, ainda que este trabalho não corresponda às suas competências e disposição de ideais, naquele momento.
  
Ideal ou não, mas de modo geral virtuoso, o trabalho é sempre algo inerente à sobrevivência dos homens e mulheres de bem. Neste aspecto, a percepção que cada pessoa elabora entre aquilo que faz e o valor de sua remuneração determina parte significativa de seu sentimento de mais valia, decência laboral e decoro existencial.

Quando alguém acredita que não ganha o suficiente pelo que faz pode se sentir injustiçada, explorada, desrespeitada e sua produtividade cai proporcionalmente. De igual modo, mesmo que um trabalhador possa considerar sua remuneração justa, por outro lado ela também pode paralelamente sustentar certo sentimento de que a remuneração que recebe é inadequada às suas expectativas de vida, amenizando a esperança de realização e conquista das coisas que sonha adquirir ao longo de sua existência.

Quando a remuneração de um trabalhador não é suficiente para proporcionar, mesmo que em longo prazo, tudo o que ele sonha conquistar em sua vida, a desilusão é inevitável.

Para Richard E. Walton, professor de Administração em Harvard, a perda da QVT é uma conseqüência não apenas da remuneração justa e adequada em algumas relações de trabalho, mas de outras sete dimensões de caráter ambiental e humana que foram naturalmente negligenciadas durante a consolidação da dinâmica industrial de produção e consumo, privilegiando os aspectos da produtividade em massa, das novas tecnologias e da expansão econômica em detrimento do bem estar do trabalhador.

Nada pior para os resultados de qualquer organização do que um profissional com o sentimento de que está sendo abusado e explorado pela empresa. Tanto o sentimento de injustiça quanto o de inadequação da remuneração são extremamente nocivos para o desempenho do trabalhador, comprometendo sua qualidade de vida no ambiente de trabalho e interferindo em sua produtividade.

Apenas para ilustrar o raciocínio, eu recebo alguns e-mails cujas histórias chocantes de professores que milagrosamente sobrevivem com salários entre R$150,00 e R$500,00 por mês me fazem perder o apetite, tamanha a indignação que experimento. Uma quantidade considerável de professores tem outros diversos tipos de trabalhos além da escola. Muitos contam precisar dar aulas particulares, fazer artesanatos, trabalhar em feiras nos finais de semana, entre outros inúmeros tipos de “bicos” para complementar a renda e não deixar faltar o pão de cada dia.

A proposta de federalização da Educação no Brasil, defendida pelo Senador Cristovam Buarque, pelo menos para determinar um piso salarial do professor no Brasil é algo que a classe docente mais privilegiada deveria abraçar em favor dos colegas menos favorecidos, que são a maioria em nosso país. Não basta o Governo gastar milhões com publicidade para dizer que a Educação é primordial e que o professor é importante, isto já sabemos! O que deveria ser realmente primordial e importante para o Estado é a valorização dos educadores para que tenham melhores condições de vida, a partir da remuneração justa e adequada à sua sobrevivência e realização pessoal.  

Acredito que o impacto da atividade diária, constante e sistemática na vida das pessoas é de tal grandeza subjetiva que se confunde ao seu próprio caráter, moldando os usos e costumes de cada pessoa conforme o trabalho que realiza. Assim, cada pessoa se torna aquilo que faz . Cada qual continua a fazer ou deixa de fazer conforme o reconhecimento que recebe pelo que faz. Neste sentido, a remuneração pode não ser o único, mas certamente é um dos principais fatores de percepção deste reconhecimento que tanto se espera pelo que se faz.

Na sequência deste raciocínio encontra-se amparado o primeiro pilar da QVT desta série, pois é do reconhecimento de seu trabalho que a pessoa pode medir a pertinência de seus esforços; e a partir daí poderá tolerar melhor suas angústias, suas privações e até suas decepções no processo de consecução de suas tarefas. Ao fazer as contas entre aquilo que faz e quanto recebe por compensação, a pessoa dará sentido objetivo ao seu trabalho e, por extensão, à sua vida de modo geral, pois é o valor do salário que determinará se um trabalhador irá viver de verdade ou apenas sobreviver.

De modo geral, pode-se medir a lisura de uma pessoa simplesmente pelo valor institucional que ela atribui ao emprego, enquanto fonte de renda e realização pessoal, em especial quando não o tem. As pessoas que se abatem com a falta de um emprego são muito mais nobres em suas essências do que aqueles que se mostram indiferentes e acomodados diante do ócio contínuo.

Quem vive do ócio acomoda-se na vã expectativa de um emprego mais digno de seu currículo, porém o trabalhador de verdade é dignificado pelo trabalho que realiza, enquanto suas expectativas não são contempladas plenamente. Nenhum trabalho é vergonhoso ou nocivo, desde que loriginalmente lícito, realizado por livre escolha, proporcione mais prazer do que angústias e também seja produtivo e proporcionalmente rentável. 

Enfim, por trás de um enunciado de boas intenções na valorização do trabalhador, corporações de todos os tipos, tamanhos e setores abusam e exploram sua força de trabalho da forma que melhor lhes convém. Esta inobservância ao primeiro pilar da QVT acaba se revertendo contra a sobrevivência da própria instituição. O trabalho com remuneração justa e adequada transforma a pessoa em alguém melhor do que era antes de seu oportuno e merecido reconhecimento. Nada melhor para uma instituição do que um trabalhador grato, com sentimento de remuneração justa e adequada pelo trabalho que realiza!

Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
Diretor e editor Chafic.com.br - www.chafic.com.br
Diretor-executivo ABMP/DF - www.abmpdf.com
Presidente Sopensar - sopensardf.blogspot.com

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sábado, 24 de outubro de 2009

Esgotados

Esgotados

Por Andrea Dip
andrea.dip@folhauniversal.com.br

Um dia você acorda cansado e sem vontade de ir trabalhar. Parece uma tortura estar naquele ambiente, conversar com as pessoas, desempenhar suas funções. No dia seguinte, você arruma qualquer desculpa para faltar. No terceiro, sente dores pelo corpo e algo o angustia, mas você não sabe bem o que é. Se essa situação parece familiar, cuidado: você pode estar com a síndrome de burnout, ou estafa crônica.

Descoberta na década de 70 por um psiquiatra inglês, a burnout, referência a “consumir-se de dentro para fora”, se caracteriza pelo estresse crônico vivenciado principalmente por profissionais que lidam com dificuldades alheias, como médicos e professores, jovens em início de carreira e operários.

Mas ninguém está imune. Segundo o psicanalista Chafic Jbeili, especialista no assunto, a síndrome se inicia com o desânimo e a desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas frequentes, afastamentos e até à aposentadoria por invalidez.

“Descobri que tinha a síndrome a partir de uma crise de asfixia. Fiquei internada por 3 dias. O diagnóstico foi crise nervosa”, conta a professora afastada Mara Rubia, de 40 anos.

Ela lembra que o pesadelo começou com o comportamento inadequado dos diretores da escola onde trabalhava: “Eles queriam disputar poder e humilhavam os funcionários.

Tenho pesadelos diariamente. Não passo em frente aos colégios com medo de encontrar os diretores e, pior, perdi o total interesse pelo magistério.”

Jbeili diz que os professores estão entre as maiores vítimas da burnout, porque saem da faculdade querendo “mudar o mundo” através da educação, e quando se deparam com a realidade se frustram muito.

“As condições de trabalho são precárias. Segundo pesquisas recentes, mais de 43% dos professores da rede pública apresentam sinais da síndrome de burnout”, aponta.Sonia Maria Tavares também viveu o desgaste na pele. Como psicopedagoga, aceitou um trabalho que envolvia crianças e adolescentes em situação de risco atraída pelo alto salário, mas acabou pagando com a saúde.

Ela conta que quando completou 6 meses no emprego tinha se tornado amarga, tratava os colegas com frieza e chegou a pagar pessoas para desempenhar suas funções: “Eu comecei a faltar, não dormia direito, vivia angustiada” Sonia procurou ajuda psicológica e reuniu forças para mudar de emprego.

Mônica Amaral de Oliveira, consultora de recrutamento e seleção, diz que as empresas precisam entender que garantir a qualidade de vida do trabalhador é garantir o rendimento. “Há empresas hoje com salas de massagem ou academia para os colaboradores se desligarem por um tempo.

O investimento garante a saúde dos funcionários e, consequentemente, mais rendimento”, diz. Ela explica que, para não estressar, é importante ver o trabalho como apenas uma das tarefas na vida. E dá uma dica preciosa: “É preciso ser comprometido, mas também pensar em si”.
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Entrevista concedida pelo Prof. Chafic ao Jornal Folha Universal em outubro de 2009. Edição Nº 915. De 21 a 27 de outubro de 2009. EDIÇÃO NACIONAL. Tiragem: 2.562.250 E X E M P L A R E S

Agende uma palestra gratuita (DF) para sua escola ou empresa sobre este tema: secretaria@chafic.com.br

sábado, 17 de outubro de 2009

O sétimo pilar da autoestima: O amor!



O sétimo pilar da autoestima: O amor!

Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar de amor. Este é um tema melhor abordado pelos poetas, pelos artistas, pelas mães, pelas mulheres de modo geral. Eles sim podem falar com mais propriedade e com maior eloquência do que eu. Mesmo assim, a despeito de minhas limitações, ousarei falar sobre o amor em função de sua implicação à estrutura da autoestima.

Há vários sentidos e aplicações para a palavra amor. Em todos os empregos e usos do termo o significado comum é o de querer bem e agir em favor de algo ou alguém. Tudo que se faz com plenitude de vontade e intensidade de alma, se diz que é feito com amor. Portanto, o mal feito é por si só isento de amor porque não é máximo, não é esforçado, não é bem quisto, antes é feito com má vontade, de qualquer jeito, obrigado e, por isto, livre do significante amor.

A referência filosófica do amor alude aos relatos de Platão quando compara este sentimento com a caça; como algo que se busca a todo esforço até que se obtenha aquilo que acredita não possuir. Daí chamar de amor platônico toda forma de amor que extrapola os limites do bom senso e aproxima-se do patológico.

Em Freud tem-se entendido o amor como a pulsão mais primária, o impulso de vida; também conhecido nos escritos psicanalíticos como Eros. Este alterna com Thanatos, o impulso de morte. Enquanto o primeiro constrói e edifica, o segundo destrói e corrompe. O pai da psicanálise sugeriu várias vezes e em todas as suas obras a força dessas pulsões sobre as atitudes conscientes e inconscientes de nosso viver.

Enfim, são muitas as referências sobre amor e não há espaço e tempo neste singelo texto para abordar todas elas. As que aqui se apresentam são suficientes para referenciar o que pretendo vincular com o tema proposto, ou seja, o sétimo pilar da autoestima.

Desta forma, tanto no âmbito religioso-espiritual, filosófico ou psicanalítico o emprego da palavra amor e suas variações semânticas sugerem tratar de uma força sem limites, intangível, venerável e poderosa ao ponto de fortalecer, revigorar e gerar vida. Em outras palavras, o amor é como as turbinas de um avião ou o motor de um carro. Sem eles nem um nem outro poderiam sair do estado estático.

é(Eh) neste sentido que o amor se aplica a autoestima como sétimo pilar, pois sem esta força propulsora nada nem ninguém poderão mover-se e muito menos transformar-se. Nenhum dos outros seis pilares poderiam se efetivar sem o sétimo. Só o impulso de vida – amor – é que pode fazer uma pessoa mudar de idéia, se arrumar, tomar atitudes mais condizentes com o autorespeito, a autoafirmação, a integridade pessoal, a prosperidade e a melhora pessoal em todos os sentidos aplicáveis.

Não se pode ver o amor, mas pode-se percebê-lo atuante quando as pessoas são compelidas a mudar e a fazer mudar qualquer coisa ou pessoa para um estado melhor, mais bem aprimorado.

Autoestima é a tradução literal do amor próprio. Cada qual tem sua autoestima na mesma proporção do amor que sente por si próprio. Assim fica fácil entender porque as pessoas se prejudicam e se matam entre si, pois cada qual ama o próximo como a si mesmo.

Aquilo que se faz ao outro é, em análise, aquilo que se deseja fazer a si mesmo, mas de uma forma velada. E o que se quer fazer veladamente a si mesmo é o límpido reflexo da consideração e amor que cada um nutre e mantém por si mesmo. Ninguém que desonra a si mesmo poderá ter o outro em honra.

Em outra perspectiva desta análise, pode-se entender as pessoas que nos agridem e nos machucam como praticantes de ação proporcional ao ódio e repúdio que elas sentem por elas mesmas. Só quem conhece e experimentou o amor pode amar. Aquele que não sabe e sequer provou desta força chamada amor, jamais poderá desejar ou fazer o bem a si mesmo, quem dirá ao próximo.

Viver sem se sentir amado é uma porta para a angústia e a depressão. Viver sem se sentir amado torna a vida muito mais dolorosa do que normalmente seria. Tudo fica mais difícil. Se relacionar fica mais difícil. Estudar, trabalhar, produzir fica quase impossível e então reina o impulso de morte, tornando as pessoas mais amargas, destrutivas, maldizentes e infelizes. O que esperar dessas pessoas?

Não há perspectiva de vida, de sucesso ou mesmo de futuro quando a pessoa não se sente amada, querida, desejada. Portanto, não basta dizer a uma pessoa que a ama ou usar sua linguagem de amor para acreditar que o outro está sendo amado. é necessário que o outro se sinta amado para que possa experimentar esta força que transforma e revitaliza qualquer pessoa que é agraciado por ela.

Nada pode ser mais sublime e produtivo para uma pessoa do que sentir-se amada pelo pai, pela mãe, por Deus, por qualquer alguém que lhe importa ou pela sociedade de uma forma geral. Os piores delinquentes, capazes das piores ações destrutivas e práticas antisociais são pessoas incapazes de sentir e experimentar o amor.

Esta incapacidade pode ser congênita, relacionada à micro lesões cerebrais que impedem o processamento de tal sentimento ou mesmo pela experiência do abandono, do descaso e do desprezo elaborados de forma peculiar em suas mentes a partir das ações e palavras de seus entes mais próximos, a partir do nascimento até algum momento de sua vida em que ocorre um insight negativo e passa a crer na idéia de que não é amado o suficiente, antes se sente indesejado e rejeitado. Eis a semente do mal, da criminalidade.

Ninguém rouba, mata ou destrói por amor, mas por ódio e revolta.

Como é saudável acreditar que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho para que todo aquele que nEle crer tenha a vida eterna. Como é poderosa quando dita com sinceridade a frase “eu te amo”. Experimente dizer mais vezes eu te amo com as pessoas que você quer bem, mas comece dizendo a si mesmo(a) toda vez que se olhar no espelho pela primeira vez no dia. Contudo, nunca repita mais do que três vezes ao dia para não estimular eventual narcisismo!

As ações sociais de contenção da delinquência e repressão ao crime não deveriam se restringir a medidas socioeducativas e penais com base no Código Civil e na Constituição Federal apenas. Nada que se faça com base exclusivamente nas Leis e nas regras sociais poderá transformar o ódio de alguém em amor. Por isto as cadeias estarão sempre lotadas e os índices de criminalidade continuarão aumentando dia após dia. Ninguém pode se sentir amado com a aplicação da Lei.

Também não é o caso de distribuir bíblias aleatoriamente. Pois, ainda que eu falasse as línguas dos anjos se não houver amor, nada adiantará. é preciso se sentir amado e experimentar este sentimento.

E se alguém não se sente amado e, portanto, não experimenta o amor como poderá ter bem consolidado o seu amor próprio? Assim, terá invariavelmente comprometido todos os sete pilares da autoestima.

[nome], a melhor referência teórica de amor que eu conheço está no primeiro livro que o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios, registrado no Capítulo 13, versos 1 a 8 da Bíblia, como se segue:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha[...]”.

Um grande e fraterno abraço,

Prof. Chafic
www.chafic.com.br

Prof. Chafic Jbeili
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