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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Homens não abandonam mulheres, meninos sim!



Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Pode até ser que um homem de verdade se desvencilhe ou troque de parceira, mas abandonar nunca, jamais. Se abandonou a parceira, das duas uma, ou porque ainda não é homem de verdade (resolvido, maduro) ou porque regrediu à menino novamente.

Estes dias estive refletindo estatisticamente sobre as principais causas das queixas de algumas mulheres que conheci em tempos passados, muitas delas tendo se aventurado a pedir meus singelos conselhos. Não lembro de nenhuma cuja dor e lamento não tenham sido causados pelo abandono – literal ou figurado – de algum homem de suas vidas: pai, namorado, amigo, irmão, marido e até patrão, acredita?

Pois é, todas estas mulheres guerreiras, exemplos de mãe, de amiga, de profissional se martirizam por causa de homens que na verdade só se pareciam com homens, mas em suas essências ainda eram meros meninos imaturos, caçadores de pipa, em busca de colo, afeto e sexo. Cabras machos, até que um prenúncio de que uma pipa cortada nos céus está por cair sem destino certo e os fazem revelar quem realmente são: o menino que se apresentava como homem, agora larga o colo, o afeto e até a casa e vai em busca de sua pipa (seja ela qual for), sem perceber o estrago que está deixando para trás. Só mesmo menino para trocar algo tão sublime quanto o amor e a dedicação de uma mulher por uma pipa que cai desvairada do céu. Acordem colegas!

Com o fortalecimento da mulher em seus papéis sociais e a ampliação de seu raio de ação perpassando os limites da casa, das empresas, das nações, a mulher ganhou destaque por sua sutileza e inteligência associadas à sensibilidade. Enquanto isto, os homens estão se sentindo menos úteis do que eram no tempo da força bruta. A direção hidráulica e outros avanços fenomenais da engenharia moderna, em especial a informática está exigindo mais inteligência e coordenação motora fina do que força bruta e repetição por esforço de bíceps. Até a Idade Média, o homem que provia alimento comestível, agora, no Século XXI precisa prover seus dependentes com alimento emocional e afetivo, principalmente.

Até pouco tempo os homens eram vistos como o defensor e o provedor de sua família. Chegaram a criar, inclusive, o “marido de aluguel” como medida paliativa para combater a escassez de maridões, mas claro que a idéia não vingaria, pois o que as mulheres precisam não é de um idiota uniformizado trocando a carrapeta da torneira da cozinha. Elas precisam de alguém com sensibilidade compatível à velocidade e volume de informações, pensamentos e sentimentos processados por suas cabeças pensantes. Elas precisam de provimento emocional, afetivo, mais do que qualquer coisa. A mulher, de modo geral, está menos dependente, mas nunca esteve tão carente emocionalmente.

A maior lacuna da mulher moderna pode ser preenchida pelo homem gentil, acolhedor, compreensível, sincero e que a faça sentir viva, querida, amada, desejada e, sobretudo, compreendida em suas incompreensões íntimas, legítimas. Infelizmente, o grau de maturidade masculina parece demorar chegar neste patamar de produtividade afetiva. Por onde andam os don juans, perguntam elas! Os don juans estão presos e amordaçados pelo machismo. A pressão social os impedem desatar seus nós com a mesma facilidade das mulheres.

O menino que habita o adulto imaturo parece gostar tanto de sua infância que procura arrastá-la o maior tempo possível. Basta comparar o tempo que a bola de futebol e o videogame duram na vida de um homem e o tempo que as panelinhas e bonecas duram na vida de uma mulher. Não há nada de errado em ser criança, o problema nos homens está na baixa resistência emocional que têm em encarar os desafios da vida adulta, em especial, a vida a dois ou em família. Ao menor aperto o mecanismo de defesa do ego masculino entra em ação e o faz regredir a estágios anteriores mais confortáveis, fazendo-o se comportar como menino e, então, o homenzarrão corre para a casa dos pais, isto quando ainda os possui, ou se refugia na companhia dos amigos para jogar futebol (brincar de bola) e “tomar umas” (mamar) para amenizar a angústia que sofre.

Eu lamento muito esta situação de muitos colegas congêneres, mas se ao invés de bancarem ser o homem maduro que ainda não são, poderiam desenvolver melhor esta capacidade de lidar com as mulheres, em todos os sentidos. Não foi à toa que Freud afirmou haver o homem três missões durante sua vida: resolver seu complexo de Édipo; resolver sua masculinidade; e, resolver sua sexualidade.

Não é fácil muito menos impossível, eu mesmo sei disto, porém quando se alcançam estas missões, certamente se alcançará a maturidade necessária para que o menino se cale diante do homem e não cometa a estupidez de abandonar uma mulher! Como disse: Se abandonou a parceira, das duas uma, ou porque ainda não é homem de verdade (resolvido, maduro) ou porque regrediu à menino novamente.

Abraços,

Chafic
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6 comentários:

  1. Chafic,

    pela primeira vez, desde que fui "abandonada" por meu marido há quase dois anos, vejo traduzidos em palavras, que não sejam as minhas, os sentimentos que trago dentro do peito.
    Nem o quero mais de volta, já que tenho a certeza de que o que eu quero é ter um HOMEM ao meu lado, pois passei os ultimos quase vinte anos da minha vida ao lado de um menino, que quando cansou de brincar de casinha, fez exatamente o que você disse: saiu correndo atrás da pipa e perdeu o caminho de casa...
    Este texto foi um afago no meu coração!
    Muito obrigada!
    Vou linkar seu blog no meu, ok?
    um abraço
    Patrícia

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  2. estou gostando de ler estes assuntos,pena eu não ter cultura nem inteligência para comentar com mais clareza ,mas estou solidário com as mulheres .

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  3. Meu marido saiu de casa há tres anos. Dois dias depois ele voltou. Saiu de novo neste sábado e não sei se quero que ele volte. Mas sei porque ele foi, o 13°. Não pode receber um dinheirinho a mais que quer viver como rapaz solteiro. Só que agora temos um filho de sete meses e ele nem se importou em ir embora. Pena que a lei no Brasil é tão idiota que ainda me obriga a deixá-lo visitar em troca de 100,00 por mês que não pagam nem o plano de saúde dele.

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  4. Pôxa vida! Quem criou esses homens assim?

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  5. Tudo começa desde o berço. Trabalho com pessoas e o que observo é que ao invés de educar seus MENINOS muitos pais e mães os mimam demais, super protegem! Não ha mal algum amar e dar carinho, mas se lhes poupam das dores do crescimento em detrimento dos valores, estes simplesmente crescerão egoístas, desprezarão valores e pessoas. Observo que o mesmo tratamento é MENOS aplicado às meninas. É bom que as pessoas aprendam desde cedo a praticar valores humanitários, começando pelo respeito ao próximo e por fazer, eles próprios, seus deveres pessoais.

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  6. Concordo plenamente. conheço uma mãe que obrigava a filha a cuidar da cozinha, (assumir a tarefa de cozinhar para a família toda),varrer a casa, e os meninos eram sempre os coitadinhos! Não podiam trabalhar, ficavam vadiando na rua e ela (não sei porque, "protegia-os" dos desafios da vida). Quando não estudavam ou abandonavam o emprego, a culpa era da escola, do professor, do patrão e do próprio pai deles (ela achava que ele era obrigado a sustentar o comportamento vadio deles). Hoje o pai deles morreu e ela luta para se livrar da amante do marido que conseguiu arrancar a metade da pensão dele, e ela com o resto, sustenta os quase sexagenários que fracassaram no casamento, nenhum deles cuidou dos filhos que geraram ou ajudou a cuidar, todos fracassaram na escola, se envolveram com drogas, são pessoas alienadas da realidade, vítimas deles mesmos e o mais velho voltou para casa para cobrar dela a herança dos poucos bens que restaram da vida desregrada do pai. Vão herdar o vento porque o pouco que sobrou foi para a dívida ativa devido a atrasos nos impostos, que eles não irão pagar é claro, e o inventário também não foi feito.

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