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terça-feira, 9 de junho de 2009
A ética que nos resta!
Por Chafic Jbeili -www.chafic.com.br
Estava escrevendo o texto da semana sobre oportunismo e vocação para educação, inspirado em uma freelance de aniversários que tomava conta de uma piscina de bolinhas, quando um programa de televisão me chamou mais a atenção e acabei impactado pela mensagem subliminar do programa: a idéia de que nos lugares mais sujos ou perigosos estão as notas de maiores valores.
Bem, estou falando de um programa onde os participantes precisam passar por todos os tipos de situações de perigo, nojo e medo com insetos, cobras, baratas, ratos, fígado de boi em emio a notas de dinheiro para conseguir juntar a maior quantidade. A cada etapa os eliminados são aqueles que ficam por último ou juntam a menor quantia.
O que me chamou a atenção foi que o programa sintetiza exatamente o que ocorre no dia a dia do trabalho e da vida de muita gente. Pessoas querendo cada vez mais, se submetendo à situações extremas (nojo, medo e perigo) precisando se manter entre os primeiros. Nesta disputa está fora de cogitação o amor ao próximo, a ética e a moral, preteridos à condição de sobrevivência no jogo. O programa é deprimente, não passa nenhum tipo de valor social mais nobre, mas a realidade que o mundo vive: a busca frenética pelo dinheiro. O que mais se pode abstrair de um programa deste? Lamentável!
Você sabia que o maior volume de dinheiro movimentado no mundo está no que remete ao medo e ao perigo? Ou seja, no tráfico de armas, no tráfico de drogas e no tráfico de animais silvestres. Sozinha, a indústria da guerra (só nos EUA) movimenta 100 bilhões de dólares por ano; o tráfico de drogas alcança a cifra de 320 bilhões de dólares em todo o planeta. Enfim, o dinheiro que circula na tríade criminosa, durante apenas um ano, seria capaz de extirpar a fome e o problema de moradia no mundo todo durante uma década, estimam especialistas em economia global. Foi isto que me fez lembrar esta competição suja e extravagante do tal jogo de TV.
Em uma outra emissora, onde há um programa também de competição, mas de enredo diferente chamado “O Aprendiz” - este eu tenho prazer de dizer o nome - Roberto Justus demitiu um jovem que durante uma prova tentou corromper um fiscal para poder se estabelecer como camelô. O apresentador não pensou duas vezes: demitiu o rapaz e condenou a prática de corrupção. No programa “O Aprendiz” o apresentador valoriza sempre a garra e a determinação, priorizando sempre a ética e os valores morais. Não perco um só “Aprendiz” e abstraio lições fantásticas, ao contrário daquele primeiro programa que citei, cujo enredo me deprime e me dá asco, nem tanto por causa dos ratos e baratas, mas pela filosofia de seu enredo, assim como quase toda programação daquela rede de TV.
Incrível como a filosofia de cada emissora influencia os seus programas e novelas. E mais incrível ainda é como estes programas e novelas influenciam o público telespectador. Mas não se preocupe em escolher a emissora que seu filho deva ou não assistir, exceto em relação à faixa etária da programação, em vez disto, converse com ele sobre o que se passa em cada programa e em cada novela. Explique o que você pensa sobre as cenas e os atos que ali são representados pelos artistas. Escute atenta o que ele pensa também. Aproveite as diferenças de mensagens em cada programa para expor a sua opinião e os seus valores, dando manutenção à semente de ética que queira semear.
Com o dilaceramento social das famílias, a cultura crescente de corrupção nos governos e a organização sistematizada no mundo do crime, resta às religiões o papel de preservar o pouco de valor ético e moral que ainda permeia o coração de muitas pessoas e influenciá-las positivamente para o caminho do bem, da responsabilidade, daquilo que é certo. Mesmo algumas poucas instituições religiosas se mostrando hipócritas, passíveis de muitas falhas e permeadas por falsos profetas, falsos padres e falsos pastores, as religiões ainda são as maiores propagadoras de valores éticos e morais que a população mundial precisa e pode contar. Acredite mais no valor da religião para o desenvolvimento da criança e das pessoas de modo geral.
Independentemente de sua escolha religiosa, sobretudo, incentive a frequência e prática no caminho do bem, pois em relação aos homens da guerra, da corrupção e do crime, como bem diz um verso sagrado: “[...] nem a sua prata, nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor”. Em outro verso diz: “[...] paz na Terra entre os homens de boa vontade”. Vamos aplicar bem a ética que nos resta?
Na semana que vem eu conto o caso da moça que tomava conta da piscina de bolinhas e me fez pensar numa analogia sobre muitos professores que lecionam como se fossem freelances da educação.
Um forte abraço e ótima semana!
Chafic
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Cartilha sobre burnout em professores. Distribua!
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Prof.Chafic,Tudo que diz é muito claro, não é só com o coração e a mente das pessoas que o seus artigos mexe.Nos leva à ação.Pessoas são enganadas com diversas ofertas de como ganhar fácil,e na maioria realmente são forçadas a aceitarem proceder de uma forma tão vergonhosa.Como é forte a cilada das coisas visíveis, e como é necessário que Deus nos conserve voltados para as invisíveis!Chuvas de bençãos para ti estimado professor e irmão em Cristo Jesus!.
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