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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A nociva singularidade do óbvio!

A nociva singularidade do óbvio!
Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Tudo que é óbvio também é cômodo porque dá segurança. A garantia das respostas prontas e o apego às certezas facilitam em muito a rotina diária, favorece a lei do menor esforço. Em contrapartida, a chancela do óbvio leva o sujeito à estagnação do pensamento e à zona de conforto. Penso ser preciso provocar movimento às partículas de certezas que o ego força decantar no lago escuro e profundo do inconsciente, na maioria das vezes simplesmente por comodidade.

Em desconfortável exame a uma dessas partículas constatei, à contra gosto no primeiro momento, que nada pode ser mais ilusório do que aquilo que se apresenta como óbvio. Como é difícil aceitar rápido tal verdade sem ficar contrariado! Mas depois que se aceita a possibilidade deste fato, novos e largos horizontes se consolidam trazendo brilhantes perspectivas sobre uma coisa que parecia resolvida. é como se tentássemos guardar e preservar uma pequena semente ao invés de concordar enterrá-la e destruí-la para que dela surgisse uma árvore.

Ao mostrar uma semente a alguém e perguntar a esse alguém o que ele vê, a resposta óbvia seria “uma semente”, porém, ao mostrar uma semente a um visionário certamente ele dirá “vejo um pomar!”. Em continuidade, o que você vê quando olha uma semente, um objeto qualquer, seu emprego, seu casamento ou a si mesmo quando olha no espelho? Muito pouco além do óbvio, certo? Agora tente ampliar esta visão e enxergar além daquilo que se vê! Logo logo uma sensação de esperança, de fé e de grandeza começará tímida e irá aumentando aos poucos. Acostumamos a ver apenas o óbvio, mas é preciso enxergar além daquilo que se pode ver, ampliando as perspectivas (e não expectativas) sobre as coisas e as pessoas como elas são ou se apresentam.

Sim! Para o homem comum nada e ninguém está além da forma como se apresenta, enquanto para o homem de visão nada e ninguém é exatamente o que parece ser e, por isso, a aceitação na obviedade das coisas não combina com a prosperidade, com o crescimento, com o milagre, como não deveria combinar com a aprendizagem também. Um professor comum vê um aluno apenas como mais um a-lumem ou “sem luz”, enquanto o educador vê o educando como um agente de transformação social e guardião do planeta, daí começa a tratá-lo como tal, ao invés de limitar-se a enxergá-lo apenas como um incompetente e infeliz marginal vítima de uma família desestruturada e refém de um sistema, obsoleto, corrupto e ineficiente, por exemplo.

Nesse sentido, agarrar-se ao óbvio evita gastar grande quantidade de valiosa energia que é desprendida à toa só para a manutenção da aparente condição de ser, estar e possuir, e cuja tentativa do homem comum é a de imprimir a inquestionabilidade às coisas, enquanto que para o visionário a coisa óbvia é em si uma incoerência no mínimo limitadora, para não dizer absurda. O homem comum contenta-se em limitar-se a reclamar do mal feito, enquanto o visionário inquieta-se em seu íntimo ante às suas certezas, busca alternativas, cria oportunidades e não acredita no que vê, mas no que pode fazer daquilo que viu.

A obviedade é contraproducente, pois sugere a estagnação pela suposta conclusão final, pronta, acabada e não suscetível a variações, trasnformações, melhoramentos. São assim as certezas que não se quer questionar, por à prova. Assim, nenhuma pergunta pode ser considerada boba ou descabida, a não ser pelo homem comum, porém oportuna e instigante para o homem brilhante, bem sucedido e é assim que educadores e educandos precisam se sentir enquanto mediam e partilham conhecimentos, experiências e aprendizagens.

Depois de relutar decidi não mais aceitar o óbvio em seu estado natural, porque as pessoas são singulares e cada qual tem um jeito especial e único de ser e fazer as mesmas coisas, mas de formas diferentes, em sentidos e momentos distintos e intenções muito subjetivas, contrariando toda e qualquer forma de obviedade, revelando de modo incômodo que a obviedade nada mais é do que uma comodidade da mente enfastiada, inerente ao homem comum, cansado, sem esperança, que foi estimulado a se limitar às suas certezas e por isso mostra-se inseguro, indeciso e mal sucedido como ser humano, obviamente! Mas, a partir de agora não mais tão óbvio para mim ou para você, certo?

Abraços,

Chafic Jbeili
CONSULTORIA - CURSOS - OFICINAS - PALESTRAS
Formação continuada e qualificação profissional
(38)3082-0876 | (38)9184-0439
e-mail: chafic.jbeili@gmail.com
www.chafic.com.br | www.unicead.com.br
Brasília(DF) | Montes Claros(MG) | Brasil

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O deseafio de escrever sobre o nada!

O desafio de escrever sobre o nada!
Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Sempre escrevo os textos de segunda-feira inspirado em algum acontecimento mais marcante durante a semana. Não aconteceu nada fora do âmbito pessoal que valesse a pena ocupar o meu tempo escrevendo ou o seu tempo lendo!

O que, por exemplo, eu poderia escrever com algum proveito sobre o horário eleitoral digno do país de Pinóquio, com políticos gastando milhões de reais para se eleger a um cargo com salário de pouco mais de 10 mil por mês, enquanto anuncia honestidade e seriedade?

O que eu poderia escrever com algum proveito sobre imprudência e falta de educação no trânsito?

O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o oportunismo de pseudo-amigos que ignoram o bom senso e vituperam a boa fé, para não dizer a nossa mínima inteligência?

O que eu poderia escrever com algum proveito sobre a propaganda enganosa de um chuveiro queimado que só tinha embalagem e preço?

O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o infeliz retorno do “rei dos ringues” em horário nobre da TV incentivando mulheres a desenvolverem corpos musculosos e a se digladiarem, enquanto educadores arduamente tentam atenuar a violência na sala de aula?

O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o vídeo mais assistido na semana (top 10!) onde há um adolescente caindo de uma mesa?

O que eu poderia escrever com alguma audiência sobre qualquer coisa que eu e você Chafic Blogger possamos chamar de “edificante”, enquanto centenas de monografias são despejadas por renomada faculdade nos lixões de Brasília?

Então, observei que cada parte do nada representava o vazio que boa parte daquelas pessoas estão vivendo. Quanto maior a quantidade de bens e serviços anunciados na mídia, mas por alguma limitação financeira são quase que impossíveis de serem adquiridos por todos, resta ao sujeito encontrar uma forma para anestesiar-se da dor de não ter aquilo que foi cobiçado. Usufrui-se de qualquer coisa como se fosse a melhor coisa do mundo, ainda que seja o nada, o vazio, o oco!

O jeito é ser realista com as expectativas e mantê-las sob controle. Não há muito que se esperar das pessoas, em especial dos ludibriosos candidatos; dos insolentes motoristas; da embustice marketeira nos super-chuveiros feitos de pipoca; das perniciosas recreações televisivas que incitam por atacado o que educadores tentam amenizar à varejo... Chega! Já escrevi muito sobre nada!

Diante de tanto nada, sugiro um desafio a mim e a você Chafic Blogger: Ficar de olho nas nossas expectativas para que elas não saiam da dose saudável. Pensemos bem onde (ou em quem) temos investido expectativas erradas, mal dosadas e, ao invés de esperar mais do que se possa conseguir de verdade, tomemos a iniciativa de compreender e tolerar mais do que cobrar e comparar. Não será fácil, eu sei, por isso é um desafio! Topa?!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O preço da liberdade!

Olá Chafic Blogger, como vai? Pensei que conseguiria descansar tirando 15 dias de recesso, porém trabalhei mais do que quando em serviço!

Segue o texto desta semana com exclusividade!

O preço da liberdade!
Prof. Chafic Jbeili - www.chafic.com.br

Tenho querido muito estar nas escolas ou junto a gestores escolares em palestras compartilhando reflexões sobre inclusão social e educação inclusiva, fazendo um paralelo deste tema com a alarmante e crescente indisciplina e violência escolar. Estou presente sempre que possível e viabilizada a minha presença. Como nem sempre é possível, então resolvi compartilhar um ensaio de minha opinião sobre o tema. Vamos lá?

Primeiro criam-se as circunstâncias da dor exclusão e depois se oferece analgésico caro e ineficaz. Caro porque sobrecarrega apenas educadores nesta árdua tarefa, quando na verdade é responsabilidade de todos; e ineficaz porque tentam-se combater sintomas ao invés de cessar a simbiose que dá origem a exclusão, formando perversamente uma grande e complexa caixa de neuroses nos cidadãos e em gestores escolares.

A indisciplina, por exemplo, é sintoma, subproduto da exclusão e produto da liberdade mal usufruída. Esta liberdade tão desejada por muitos, porém mal desfrutada pela maioria que desconhece ou desrespeita os limites demarcados em forma de regras para a boa e saudável convivência social, sem a qual nunca haverá de fato e de direito a inclusão social que, por sua vez, estará sempre atrelada à educação inclusiva de base.

Como poderá prosperar a inclusão social sem que as pessoas sejam educadas e preparadas para isso a partir da família, da escola, da igreja e do Estado? Mas quem são os gestores dessas instituições? A família tem cada vez menos tempo para a família. A escola perdeu seu valor acadêmico para os educandos. A Igreja está institucionalizada mais do que espiritualizada. A máquina pública não dá conta das promessas políticas. Ensinar valores morais e educar para a vida não é mais prioridade nem da família, nem da escola e muito menos da igreja ou do Estado. Cada instituição tem seus próprios interesses e se ocupam em suas crises estruturais e de gestão específicas.

Sinto que as crianças estão à mercê da sorte, mas são livres e cheias de direitos! Maravilha!

Pais, educadores, clérigos e governantes precisam preocupar-se mais em como instruir valores morais às crianças. Quem foi o infeliz que retirou a disciplina Educação Moral e Cívica do currículo escolar?

Deve-se ensinar inclusão pela liberdade com dignidade, equilibrando justiça e força. Viver com decência e honradez é mais proveitoso para toda a sociedade. Viver com desregrada porfia é mais vantajoso para o sistema político e financeiro. Os interesses do povo e dos governantes são conflitantes. é neste contexto que se perdem o fio da meada e surgem a exclusão e a indisciplina.

Tais disritmias sociais não se combate remediando sintomas, todos sabem! Acontece que os que sabem e tem o poder de fazer algo não se importa realmente quem sejam ou como vivem as disritimadas vítimas sociais; basta que votem e movimentem o mercado financeiro comprando carro, geladeira e fogão com impostos reduzidos, pois é disso que o povo gosta e é disto que os astutos precisam: Liberdade em forma de pão e circo para o cidadão plebeu, ignorante, sem educação. Poder e força para os manipuladores das massas.

Destas massas supostamente livres e que mal tem conhecimento e condições de gerir com sucesso suas famílias, suas escolas, suas igrejas ou seu Estado que se espera e se cobra efetivar a inclusão social. Um povo cujos governantes acreditam necessitar Leis específicas para que se respeitem suas crianças, suas mulheres e seus idosos. Que tipo de gente precisa de leis para respeitar uma criança, uma mulher indefesa ou um idoso sem forças? Até meu cachorro sabe fazer essas coisas, sem conhecer Leis.

Quanta incoerência: Exigir comportamento altruísta e cooperativo de um povo estimulado às suas pulsões mais primitivas e altamente estimulado à competitividade. Ou seja, comprem e consumam como doentes irracionais e comportem-se como gente civilizada! Promovam a inclusão nem que para isso tenham que excluir pessoas!

Este é o preço da liberdade que se garante a todos sem que, na prática, alguém se responsabilize pelo mau uso dela! Dá pra entender?


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