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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Se liga!



Se liga!
Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Como é mágico, quase divino quando encontramos no nosso caminho ou na convivência diária pessoas perceptivas, conscientes de si e do outro. Este tipo de pessoa não apenas é sempre mais conveniente em sua postura e trato com os demais, como também o conteúdo de suas conversas é sempre edificante.

Pessoas perceptivas, conscientes de si e do outro deixam sempre muito de si em nós. Por isto estão sempre sendo requisitadas. Suas presenças sempre cobradas.

É diferente com pessoas alheias e inconscientes de si. Que não colocaram para funcionar o famoso “desconfiômetro”. Mal percebem a inconveniência de suas palavras, de seus gestos, de seus atos. Mas até aí tudo bem, pois ninguém é obrigado a nascer consciente de si. Aliás, todo recém-nascido tem comportamento inconveniente, por natureza. É uma questão de sobrevivência e por isto compreendemos melhor as crianças do que adultos, em suas atitudes inconvenientes.

Acontece que a criança criada sem modos, sem referência de postura, entre outras tantas coisas, invariavelmente será um adulto mal educado, sem modos, que não aprendeu a policiar seus pensamentos e maneiras de agir, também por isto, se tornará um adulto mal querido, indesejado, antisocial, inconveniente.

Há pessoas que se assentam no ônibus com as pernas abertas ou os braços sobre o apoio central, ocupando mais da metade de seu espaço. Outras esticam as pernas pelos corredores do ônibus, do consultório, da casa e não recolhem o “trem de pouso” para o outro passar. Outras pessoas falam alto quando conversam ou atendem ao telefone; é bem provável que também contam piadas em enterro e certamente comentam do que lembram exatamente no momento crucial do jornal ou do filme. São os mesmos que pegam emprestado e não devolvem, comem o seu lanche e ainda riem dizendo: “eu estava com fome e peguei sua maçã!”.

Fazem tudo isto e também bocejam sem tapar a boca com a mão, tossem na sua nuca porque inconscientemente elas dizem: “Eu não pedi para nascer e você agora é obrigado a me agüentar...” ou ainda “Vocês vão ter que me engolir”.

Para o inconveniente todos são agraciados ou culpados por sua inestimável ou indesejada existência. Ou acreditam que são mais especiais do que os demais e por isto podem tudo; ou porque se sentem um peso, mas como não pediram para nascer, então punem as pessoas com a sua grosseria.

Como é bom lidar com pessoas que aprenderam bons modos e mantém a mínima postura, trivial para o convívio do dia a dia. Eu mesmo me policio para ser o mais leve possível na presença do outro, seja na rua, no consultório, na escola ou mesmo em minha casa. Ambientes comuns exigem pessoas conscientes de si para que haja convívio harmonioso e produtivo. Esta é a minha batalha diária!

Para o filósofo Platão o objetivo da Educação, seja ela no seio familiar ou no meio acadêmico é desenvolver e enaltecer a virtude e o desejo de converter a pessoa ou converter-se a si mesmo num bom cidadão, portanto, eduque as crianças no caminho em que devem andar e não será preciso punir os homens, ainda que dizendo: Se liga!

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Humildade e vitória.


Humildade e vitória.
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br

Conta a história, havia um macaco muito orgulhoso que resolveu subir a mais alta e proibida das árvores como forma de testar sua autoconfiança e também para conseguir o reconhecimento e respeito de todos seus parentes e colegas, pois este era o seu sonho de vida.

Quando o macaco estava quase chegando ao topo encheu-se de si mesmo, antecipou sua vitória e subestimou os riscos existentes na etapa final de sua empreitada. Não deu outra! O macaco escorregou e caiu como bola repicando nos galhos da gigantesca árvore. Arranhou e machucou costelas, braços, pernas, cabeça e todo o corpo, até que conseguiu - com o rabo - se agarrar desesperadamente em um dos últimos galhos, protelando sua queda ao solo.

Dependurado pelo rabo e a quatro metros do chão, o assustado macaco mantinha incólume sua soberba. Com o corpo e o orgulho feridos, permaneceu recolhido, triste, sem deixar transparecer suas dores, mas também não conseguia se ajeitar para descer o restante da árvore, pois seus braços e pernas estavam muito feridos e seu sonho parecia haver morrido no acidente.

Ele permaneceu ali por alguns dias e as feridas internas e externas só iam se agravando. Os outros macacos bem que tentavam lhe dar água e comida, mas ele ainda estava muito alto para ser ajudado. Até que um macaco ancião disse-lhe: filho, acabe de cair para que possamos ajudá-lo. Se permanecer aí, como está, morrerá como fracassado, mas se acabar de cair, poderemos ajudá-lo e então poderá tentar novamente quando estiver recuperado. O macaco, com muito custo, aceitou a proposta. Soltou o rabo, despencou e desmaiou de tanta fraqueza e vergonha.

Quando acordou estava limpo, alimentado e com as feridas pensadas. Utilizou da derrota para tirar lições e planejou melhor sua nova empreitada na escalada da grande árvore. Pouco tempo depois partiu determinado, melhor preparado e finalmente conseguiu realizar sua proeza. Na descida, pisou o solo em segurança e foi aclamado por todos. Havia realizado seu sonho porque havia aprendido dominar seu orgulho e exercitar sua humildade!

Moral da história: Quantas pessoas estão presas pelo rabo (orgulho), com o corpo e a alma feridos, mas se mantém inatingíveis, inajudáveis? Permanecem silenciosas ou lamuriosas; ariscas ou extremamente passíveis; frustradas, deprimidas por causa de seus fracassos e não se permitem acabar de cair para que possam ser ajudadas e assim recobrar suas forças e elaborar melhor nova investida em sua empreitada de vida.

Quantos sonhos essas pessoas têm presos pelo rabo (orgulho), só porque não deu certo a primeira, a segunda ou a terceira vez? Um sonho não acaba nunca. Ele permanece latente até ser realizado! Por isto as pessoas não deveriam nunca desistir de seus sonhos. Não é o acidente de percurso que invalida um sonho, mas deixar de acreditá-lo por não o ter realizado, ainda. Não é a derrota motivo de vergonha, mas viver nela, justificando-a sempre.

É preciso vencer o orgulho e exercitar a humildade, como fez o macaco quando decidiu desenrolar o orgulho e acabar de cair. É preciso permitir que as pessoas nos alcancem e nos ajudem, nos dêem apoio e forças para continuar. As maiores mudanças internas acontecem no exercício da humildade.

Como bem disse o escritor e diretor de cinema George Arliss: “A humildade é a única sabedoria verdadeira pela qual nós preparamos nossas mentes para todas as possíveis mudanças da vida."

Desejo a você uma semana suficiente, repleta de humildade e vitória!

Abraços, fraternos,

Chafic
Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
Diretor e editor Chafic.com.br - www.chafic.com.br
Diretor-executivo ABMP/DF - www.abmpdf.com
Presidente Sopensar - sopensardf.blogspot.com

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Suporte e formação continuada para educadores
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domingo, 12 de abril de 2009

Família e aprendizagem



Por Chafic Jbeili –www.chafic.com.br

Nosso primeiro laboratório é a família. É neste grupo que iniciamos nossas primeiras experiências, nossas primeiras aprendizagens. Não importa quem são as pessoas que formam esse grupo, se são ou não consangüíneas, elas sempre farão parte do que eu considero família.

É esta família que nos proporciona os primeiros estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos e degustativos. Nossas primeiras e últimas referências. Conscientes ou inconscientes.

Nosso cérebro capta, assimila, classifica e armazena as informações para serem utilizadas posteriormente. É por isto que não importa o tanto que algumas pessoas dizem não gostar de sua família, mas no fim está sempre, de alguma forma, buscando-a em sua jornada de vida.

As informações são inúmeras e é necessária muita disciplina para potencializar a assimilação de tantos subsídios vivenciais. Disciplina também se aprende em casa, na família, logo nos primeiros anos de vida.

Em um segundo momento, concomitante à parte biofisiológica, surgem as referências éticas e morais. Os princípios, os valores e com eles aprendemos discernir as coisas. Cada qual do seu jeito e com base naquilo que aprendeu. Não apenas o básico dos primeiros anos de vida, mas também o tom de voz, o olhar, as reações, o vocabulário e o gestual.

Quanto de nossas famílias tem nas coisas que fazemos, sentimos ou pensamos. Quanto de nós tem em nossa família. Saímos dela, mas ela permanece em nós. Formamos outras famílias e ajustamos a segunda, de acordo com a primeira. Aproveitamos os referenciais positivos e ajustamos os referenciais negativos e, assim, evoluímos as famílias atuais, com base nas famílias anteriores.

Não é apenas a educação que vem do berço, da casa, da família. É também a forma como aprendo, pois a aprendizagem é tão dinâmica e sistêmica quanto a própria família. Não adianta dizer que não aprendeu nada ou que aprendeu tudo com a família. Não é tão menos e nem tão mais. É apenas o que foi possível elaborar daquilo que se viu ou viveu.

A família é a plataforma de lançamento do indivíduo, tal qual a relação da Nasa com seus foguetes espaciais. A família é o porto – seguro ou não – do indivíduo, tal qual a relação do Porto com suas embarcações. Foguetes e barcos ficariam mais seguros se permanecessem em suas bases e portos, mas eles não foram feitos para ficarem atracados e sim para ganharem o espaço ou o alto mar.

É chegada a hora em que foguetes, embarcações e indivíduos precisam ser lançados de suas bases. É o preparo anterior ao lançamento que determinará a segurança desta jornada. Não se pode ensinar nada a foguetes e embarcações, pois estes são comandados por botões acionados por pessoas, mas os indivíduos precisam ser educados, disciplinados e ensinados a conduzir sua própria jornada, pois não importa o tanto de botões que a família aperte, cada indivíduo seguirá aquilo que aprendeu – tanto negativo quanto positivo com a sua família.

É a família que ensina - de um jeito ou de outro - o padrão de aprendizagem de seus membros. Como sua família te ensinou a aprender? E como você tem ensinado sua família a aprender? É por isto que acredito ser a família, senão a mais importante, certamente uma das principais bases do padrão de aprendizagem dos indivíduos e, por isto, considero as facilidades e dificuldades da aprendizagem um reflexo psicogenético da própria família.

E você, o que pensa sobre família e aprendizagem?

Abraços e até a próxima segunda!

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