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terça-feira, 29 de abril de 2008

Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira!

Chafic Jbeili | www.chafic.com.br

A velhice é, e deveria ser considerada por todos, um tempo maravilhoso da vida. É parecido com o clássico entardecer do dia, quando as pessoas mais sensíveis param e se permitem curtir o espetáculo do pôr-do-sol, percebendo, mesmo sem entender, que há algo muito maior e mais importante do que a busca frenética e mesquinha pelo dinheiro, pela fama e pelo poder, a qual está empenhado o mundo.

A velhice é o tempo da contemplação, da pausa, do descanso e da reflexão. É ao entardecer que voltamos para casa e para nossa família, ansiosos para contar como foi o dia. É o momento mais oportuno para recobrarmos nossas forças, renovarmos as esperanças (nossas e dos outros) e planejar o dia seguinte. Contudo, está contido na velhice assim como nas atividades do entardecer, dois elementos fundamentais e imprescindíveis para o desfrute pleno de uma vida tida como digna: Considerar-se produtivo e sentir-se amado. Daí a vital importância e incisiva influência do trabalho e dos relacionamentos em nossas vidas, cuja harmonia biopsicosocial e espiritual dependem.

Percebo que de todas as queixas dos idosos, as menos significativas para eles são: A dor, a escassez financeira, as limitações físicas e as doenças. No entanto, o semblante desses guerreiros imbatíveis se desfalecem instantâneamente quando expressam sentimentos de menos-valia, dizendo que já"não servem para mais nada" ou quando relatam abandono, quer seja pelos entes queridos ou por aquelas pessoas de quem se esperava alguma gratidão ou consideração nessa fase da vida.

Em sua maioria, a essência subjetiva de qualquer queixa está vinculada a essas duas últimas, improdutividade e falta de amor, simbolizadas pelas nuanças pertinentes à idade e pelo abandono vivenciado pelo idoso, respectivamente. Uma perfeita compreensão dessa dinâmica, consequentemente, proporcionará ao idoso uma nova indicação de como proceder em cada caso. E, ao perceber que se vive assim para certificar-se ou justificar-se de possíveis fracassos sua energia psíquica logo se direcionará para atividades mais prazerosas e produtivas, melhorando consideravelmente seu bem-estar psicosocial e, inclusive, amenizando as dores e doenças psicossomáticas.

O mais importante, ante essas situações, é perceber os valores pessoais, as experiências que se adquiriu ao longo da vida e elaborar um "plano de ação" para esse tempo da vida. De qualquer forma, é necessário que haja incentivos e ações suficientemente poderosos para superar a auto-crítica depreciativa e sobrepujar as forças retardadoras para o desfrute de uma velhice feliz. A par dessas possibilidades, conseguir aceitar a si mesmo em suas condições já constitui, por si só, um feito extraordinário. O alívio gerado pela libertação dessas amarras, melhorará a qualidade dos relacionamentos com os outros e consigo mesmo, tornando o idoso mais forte emocionalmente. E quanto mais emocionalmente forte estiver um idoso, menos se sentirá ameaçado pelas outras pessoas ou pelas circunstâncias. Daí para o "produzir" é um pulo, afastando o tédio, a tendência ao vício e a tristeza. Quanto ao amor, mais vale um amigo por perto do que um parente longe. Aprenda a valorizar as pessoas que se importam com você e estão dedicando suas vidas ao seu conforto e bem-estar ao invés de gastar esse tempo tão precioso com aquelas pessoas que não estão nem aí para você.

Em qualquer fase da vida a capacidade de se adaptar ao novo é essencial para gozar o prazer em viver, quer seja (re)aprendendo com o mais novo ou com o mais velho, quer seja ensinando ao mais novo ou ao mais velho. Assim, muitos são os motivos pelos quais é possível que a velhice seja um período prazeroso, produtivo e emocionante da vida. Seja qual for sua idade, se se julga velho ou novo, traga à memória somente aquilo que lhe pode dar esperança. Curta intensamente cada momento do dia, pois afinal, como bem disse, aos 86 anos, o poeta e escritor alemão chamado Goethe: "Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira".

quinta-feira, 17 de abril de 2008

O fascinante poder da aprendizagem

Por Chafic Jbeili || www.chaficjbeili.blogspot.com

Poder não é só para heróis dos quadrinhos ou da TV. Não é mera ficção existencial, antes, é força de ânimo e energia de vontade. Poder também indica posses. Chamo de poder toda e qualquer iniciativa para, arriscando-se, conseguir o que se pretende no nível em que se é hábil ou capaz. Neste sentido, "poder de aprendizagem" é canalizar com destreza a latente força humana que emana da energia psíquica, para saciar o desejo de saber, do latim sapere, "ter gosto".

O que é fascinante no exercício deste poder é o esforço em saborear o sentido natural da vida, aprendendo a utilizar com prudência, moderação e objetividade as informações e o conhecimento que se apossou, visando qualidade na integração pessoal e social. A isto chamo de desenvolvimento sadio da capacidade e potencial, intelectual e moral, da pessoa humana em todas as fases de sua vida.

A metanóia humana inicia-se com a aprendizagem. É deste transformar fundamental do pensamento que se efetiva a evolução e a manutenção da vida em todos os sentidos. Aprender é incluir-se no contexto humano como gente. Gente que pensa, que fala e que escreve. Gente que cria e que destrói, não para saciar Tanatos, mas para fomentar Eros no reconstruir o pensar, o fazer ou o aprender, não importa. Aprender liberta, iguala, estabelece e evidencia o ser aprendente. É ele quem traz à existência o ser ensinante. Este paradoxo educacional é fantástico, vez que o aluno, que quer dizer "sem luz", traz à luz aquele considerado iluminado, o seu próprio Mestre!

Poder aprender é condição fascinante na medida em que é quase mágica e totalmente encantadora. O irresistível ato de aprender tem em si força de gravidade vertical, que atrai aleatória e espontaneamente gente de todas as idades, raças, sexos e status sociais. Este ímpeto é reforçado pela tácita tendência humana à satisfação de seus questionamentos e a necessidade em desvelar o desconhecido. Na verdade, o ser aprendente não busca uma resposta, mas a confirmação daquilo que desconfia em sua imaginação. Sendo assim, serão mais beneficiadas nos processos da aprendizagem aquelas pessoas, da criança ao idoso, cuja imaginação seja estimulada e cujas curiosidades não sofram repressão, censura ou mesmo escárnio.

Neste contexto, bom ensinante não é aquele que busca aprovação de seus alunos ou discípulos, querendo provar desesperadamente sua capacidade e seu brilhantismo mas, o bom ensinante é aquele que faz o aprendente perceber-se único, brilhante e capaz. Nas palavras de Hermann Hesse, o ser ensinante original é aquele que diz ao ser aprendente: "Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo".

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Poder da Aceitação (Chafic Jbeili)


A aceitação é uma importante disposição para quem deseja o sucesso, a prosperidade e a felicidade. Para obtê-las é preciso primeiro aceitá-las mentalmente. Por isso, muitas pessoas correm tanto atrás dessas coisas e – propositadamente – não as alcançam. No fundo, no fundo elas não acreditam que podem e merecem ser felizes. A aceitação é também como uma semente de paz e de serenidade que tantas pessoas possuem guardada, mas que por algum motivo não se dispõem a plantá-las para que essas prosperem e dêem frutos.

As pessoas que não usufruem do poder da aceitação são sempre mais estressadas e reativas. São, aos seus próprios olhos, mais dignas das situações negativas do que propriamente do sucesso e da prosperidade. Resistem ao prazer. Ficam ansiosas e sentem um certo desconforto se, por exemplo, estiverem gozando de progresso e relativo sucesso, achando continuamente que alguma coisa vai dar errado e, até cooperam para isso. Interpretam a sensação de felicidade como presságio de uma inevitável desgraça pois, vovó já dizia: “muito riso é sinal de choro!” ou “Santo quando vê muita esmola, desconfia!”. Cuidado com essas crenças inadequadas.

O poder da aceitação não sugere o acolhimento autopiedoso de si mesmo e não deve ser interpretado como ato passivo a um estado, humano ou circunstancial, final, estagnado e imutável. Antes, é reconhecer o que se é, e o que se tem, como ponto de partida para ser ou conquistar aquilo que se pretende. É estar consciente de suas reais capacidades sem contudo subestimar suas potencialidades. O acolhimento de si mesmo, do outro e das circunstâncias, como esses se apresentam é uma das primeiras disposições para quem pretende gozar paz de espírito e se reconciliar com a vida. Pessoas tranqüilas e serenas têm mais chances de acertarem em suas escolhas (e nas provas de concurso!), correm menos riscos de doenças e gozam qualidade de vida, a despeito de suas posses. Contestar a vida, a morte ou o azar é perda de tempo. Experimente deixar sua vida fluir naturalmente como flui um rio. Experimente não tentar controlar o tempo ou mudar as pessoas do seu convívio diário. Experimente fazer sua agenda do dia, da semana ou do mês, como tarefas passíveis de realização e não como infalíveis acontecimentos. Aceite suas perdas e curta suas conquistas, aceite de coração aberto o que a vida lhe oferece e, com responsabilidade, as propostas que recebe. Regozije-se com seu sucesso!

Da mesma forma que ninguém pode respirar sua cota de oxigênio, ninguém também poderá usufruir da sua cota de felicidade, de paz e de serenidade. Esses elementos são seus e estão, agora mesmo, à sua disposição. Use o poder da aceitação para reforçar esse pensamento: Cada pessoa só pode usufruir daquilo que era para ela mesma. Aceite isso, aceite desafios e aproveite a vida!

Cartilha sobre burnout em professores. Distribua!

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